Esta noite ficou marcada pelo regresso dos confrontos entre os apoiantes de Moqtada al-Sadr e o exército de Hashd al-Shaabi, na capital do Iraque, Bagdad, apesar do decretar do recolher obrigatório em vigor a partir de segunda-feira.
Nas redes sociais, os relatos de explosões ocorridas são vários, acompanhados por mensagens como: "Aparentemente, uma guerra civil em grande escala começou no Iraque".
Numa publicação pode ler-se que as forças governamentais "abriram fogo sobre os manifestantes" e, como tal, estes "responderam na mesma moeda".
O cenário é de insegurança e destruição após a confirmação da morte de, pelo menos, 23 pessoas e o relato de 380 feridos na sequência da violência na denominada Zona Verde, um perímetro considerado ultra-seguro.
Baghdad, Iraq: government forces open fire on protesters, locals respond with the same coin. Full out up rising on the way.
— Andrejs Eglitis (@falconnestorg) August 30, 2022
So far the clashes are between the supporters of the prominent Shiite cleric Moqtada al-Sadr and the security forces. pic.twitter.com/hH8S5kZXvu
Na segunda-feira, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, pediu "contenção" no Iraque e pediu a todas as partes que "tomem medidas imediatas para acalmar a situação", segundo um comunicado do seu porta-voz.
Desde as eleições de outubro do ano passado que o Iraque está sem Governo e sem um novo Presidente, depois de o partido de al-Sadr ter vencido, mas com apenas 73 lugares dos 329 do Parlamento. O partido de al-Sadr tentou uma aliança com outras forças parlamentares para eleger o Presidente e o primeiro-ministro, que ficariam encarregados de formar um Governo, o que acabou por não ser possível, devido ao bloqueio dos opositores xiitas, próximos do regime iraniano.
Os deputados sadristas demitiram-se em bloco, em junho, mas, perante a eleição de um Presidente e de um primeiro-ministro propostos pelos opositores, os seguidores de al-Sadr ocuparam o parlamento, a 30 de julho. A ocupação durou uma semana e, após um apelo do clérigo, os sadristas retiraram-se do parlamento e têm estado acampados em frente ao edifício, para exigir a dissolução da Câmara e novas eleições.
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