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EUA. Depois de sustos de segurança, Supremo Tribunal retira barricadas

O tribunal assistiu a várias manifestações devido à revogação do direito ao aborto, e alguns juízes foram abordados e ameaçados por populares nas suas residências.

EUA. Depois de sustos de segurança, Supremo Tribunal retira barricadas

Depois de meses vividos sob intensas medidas de segurança, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos retirou as barricadas de segurança que estavam posicionadas em frente ao importante (e controverso) tribunal.

A proteção fora colocada em maio, depois de ter sido divulgado um rascunho do órgão judicial, sobre a eventual revogação do processo 'Roe v. Wade', que definiu o aborto como um direito constitucional.

A divulgação do rascunho motivou uma onda de protestos à porta do tribunal, especialmente de mulheres e associações de proteção dos direitos das mulheres que reclamavam por um direito há muito adquirido.

As manifestações voltaram aos pés do tribunal em julho, quando o Supremo Tribunal revogou oficialmente o processo que tornava a interrupção voluntária da gravidez legal em todos os estados do país.

A partir desta segunda-feira, o edifício encontra-se protegido apenas por pequenas barricadas a proteger os principais escadórios.

À ABC News, a porta-voz do tribunal, Patricia McCabe, informou apenas que as elevadas barricadas foram retiradas durante o fim de semana, recusando comentar mais protocolos de segurança.

O edifício do Supremo Tribunal está fechado ao público desde 2020, quando as entradas foram limitadas devido à pandemia da Covid-19. Desde então que o tribunal não voltou a abrir as portas aos populares.

As preocupações sobre a segurança do tribunal e dos seus juízes intensificaram-se, quando manifestantes começaram a ameaçar magistrados e a protestar em frente às suas residências privadas. Em junho, um homem foi detido perto da casa do polémico juiz conservador Brett Kavanaugh, confessando que tinha intenção de matar Kavanaugh.

Este mês, os protestos contra a decisão do Supremo tornaram-se menos frequentes, mas as recentes buscas à residência de Donald Trump, na Flórida, deixaram as autoridades em Washington D.C. em alerta.

A reversão do 'Roe v. Wade' é considerado, pelos democratas, como um dos mais duros golpes aos direitos das mulheres norte-americanas em quase 50 anos. Em cerca de metade dos estados, onde a liderança é republicana e conservadora, como o Texas ou o Oklahoma, foram sendo aprovadas leis e medidas que proíbem quase completamente a interrupção voluntária da gravidez - o estado do Indiana tornou-se no primeiro a proibir todos os abortos, tirando em casos de violação ou de risco de vida para a mãe.

De notar que a decisão não torna o aborto ilegal: 'apenas' deixa de o considerar um direito constitucional, o que permite que os estados conservadores o possam proibir.

A divulgação do rascunho, em maio, foi acolhida com surpresa pelo eleitorado norte-americano e pela comunidade internacional, que acusou os Estados Unidos de retrocederem civilizacionalmente numa questão praticamente encerrada para o público. Várias sondagens demonstraram que uma larga maioria da população é a favor do aborto, e sete em cada dez norte-americanos acredita que a decisão de abortar é unicamente da mulher.

Leia Também: Proibição do aborto continua a estender-se pelos Estados Unidos

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