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AIEA reforça necessidade de missão em Zaporíjia o "mais rápido possível"

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) apelou na sexta-feira a "contenção máxima" por parte de Kyiv e Moscovo na central nuclear de Zaporíjia (Zaporizhia), garantindo que mantém contactos para enviar "o mais rápido possível" uma missão de especialistas.

AIEA reforça necessidade de missão em Zaporíjia o "mais rápido possível"
Notícias ao Minuto

06:14 - 20/08/22 por Lusa

Mundo Ucrânia

Rafael Grossi, diretor-geral da agência nuclear das Nações Unidas, reconheceu a disposição dos russos e ucranianos a aceitarem a chegada de uma tal missão à central nuclear.

Salientou no entanto que espera agora que essa manifestação permita que uma missão da AIEA chegue à maior central nuclear da Europa, segundo uma publicação publicada na rede social Twitter.

Os "sinais de tensão crescente" preocupam esta organização com sede em Viena, que teme um acidente nuclear com consequências imprevisíveis.

A situação é "grave", segundo Grossi, que alertou para a necessidade de garantir, acima de tudo, a segurança das instalações e dos seus trabalhadores.

O responsável da AIEA, que se ofereceu para liderar esta missão, considerou também que é de "importância vital" que não sejam tomadas medidas que possam colocar em risco a segurança da fábrica, uma vez que a situação atual permanece "volátil e frágil".

"Há uma necessidade urgente de diminuir as tensões e tomar as medidas necessárias para garantir a segurança nuclear e evitar qualquer efeito radiológico sobre a população e o meio ambiente", salientou Rafael Grossi.

Esta agência da ONU já conseguiu visitar a central nuclear de Chernobyl, após o início da invasão russa da Ucrânia, que Moscovo chegou a controlar.

No entanto, a AIEA ainda não conseguiu aceder à central de Zaporíjia (Zaporizhia), que se encontra sob controlo das forças russas, embora os funcionários ucranianos se mantenham no local.

As forças russas controlam a central de Zaporíjia, a maior do género na Europa, mas ambas as partes acusam-se mutuamente de ataques que podem provocar um desastre nuclear.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, aceitou esta sexta-feira que uma missão da AIEA à central nuclear de Zaporíjia, controlada pelos militares russos, passe pela Ucrânia, anunciou a presidência francesa.

O envio de especialistas da AIEA também exigiria um "cessar-fogo", "pelo menos durante a missão", observou o Eliseu.

A Rússia "confirmou que está pronta para prestar toda a assistência necessária aos inspetores da AIEA", segundo referiu a agência noticiosa russa TASS.

A presidência francesa, por sua vez, declarou que Macron "apoiou o envio o mais rápido possível de uma missão de especialistas da AIEA, nas condições aprovadas pela Ucrânia e pelas Nações Unidas".

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse na quinta-feira após um encontro com o secretário-geral da ONU, António Guterres, pretender que as Nações Unidas garantam a desmilitarização da central nuclear de Zaporíjia.

António Guterres advertiu na sexta-feira que a eletricidade da central nuclear de Zaporíjia "obviamente" pertence à Ucrânia e que esse princípio deve ser totalmente respeitado.

Guterres tinha alertado um dia antes para a situação "preocupante" de Zaporíjia, salientando que a central não deve ser usada como parte de qualquer operação militar.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de seis milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 16 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

A ONU confirmou que 5.514 civis morreram e 7.698 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 176.º dia, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

Leia Também: "Acusação" de que russos atacaram central de Zaporíjia é "implausível"

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