"Da parte do Brasil, manifesto respeito à carta da Organização dos Estados Americanos [OEA], e à Carta Democrática Americana, e seus valores, princípios e mecanismos", afirmou Nogueira.
Num breve discurso, Nogueira avançou alguns pontos que serão incluídos na declaração final, entre os quais destacou o compromisso dos militares com a democracia, os direitos humanos e a luta contra o crime organizado transnacional.
A declaração indicou um contraponto em relação a receios que circulam no país sobre a participação das Forças Armadas brasileiras numa hipotética contestação dos resultados das eleições presidenciais marcadas para outubro caso o atual Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, não seja reeleito.
Bolsonaro tem insinuado que tem apoio ilimitado dos militares e colocado em causa as eleições devido ao sistema de voto eletrónico, que ele alega ser suscetível de fraudes, sem, no entanto, apresentar provas.
Delegações de 34 países inauguraram hoje a conferência que discutirá iniciativas para melhorar a cooperação continental na área de segurança.
De acordo com a minuta do documento que será assinado no encerramento do encontro, outros temas que serão destacados pelos ministros são o compromisso com a paz regional, com as missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), as soberanias nacionais e a preservação do meio ambiente.
Durante a reunião, foram destacadas várias iniciativas de cooperação que visam reforçar a segurança no ciberespaço e a troca de informação sobre o papel das Forças Armadas na "mitigação" dos efeitos da pandemia de covid-19 no continente.
Haverá ainda um parágrafo dedicado ao "papel essencial" da mulher na área da Defesa, no qual será também reforçada a necessidade de "erradicar o cerco e a violência sexual" no seio das Forças Armadas.
Da mesma forma, o documento expressará a "preocupação" dos ministros da Defesa com os "fluxos migratórios" e incentivará os Estados americanos a fortalecer o intercâmbio de informações sobre as diferenças nas experiências de receção.
A reunião contou com a presença de ministros e delegações dos países membros da OEA, incluindo o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd J. Austin, que tem várias reuniões bilaterais planeadas no âmbito do evento.
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