Angelo Caloia, de 83 anos, e o seu advogado, Gabriele Liuzzo, foram condenados em janeiro de 2021 em primeira instância. A decisão - a primeira sentença de prisão de sempre no Estado do Vaticano por uma infração financeira - foi considerada "irrevogável" pelo tribunal de recurso, enquadrando-se no contexto da luta do Papa Francisco contra a corrupção.
O caso foi revelado em 2014 e dizia respeito à venda entre 2001 e 2008 de 29 propriedades pertencentes ao Instituto de Obras Religiosas (IOR) -- também conhecido como "banco do Vaticano" e que foi liderado por Caloia durante 20 anos, saindo em 2009 -, principalmente em Roma, mas também em Milão e Génova, das quais 20 teriam irregularidades.
Estes imóveis foram vendidos por 34 milhões de euros abaixo do seu valor de mercado e parte das somas poupadas pelos compradores acabaram nos bolsos dos acusados, sendo depois colocadas em contas suíças com a ajuda do filho do advogado. Os arguidos terão recebido cerca de 19 milhões de euros fruto da prática dos crimes que lhes foram imputados.
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