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Políticos pedem coesão para combater violência jihadista no Burkina Faso

O chefe da junta militar no poder no Burkina Faso, Paul-Henri Sandaogo Damiba, apelou sexta-feira, ao lado do ex-Presidente Blaise Compaoré, para a "coesão social face à difícil situação" que o país está a atravessar, alvo de violência jihadista.

Políticos pedem coesão para combater violência jihadista no Burkina Faso
Notícias ao Minuto

00:03 - 09/07/22 por Lusa

Mundo Burkina Faso

O apelo foi feito durante um encontro com ex-presidentes do país, a pedido do tenente-coronel Damiba, que tomou o poder num golpe de Estado em 24 de janeiro, no qual participaram apenas dois antigos chefes de Estado, entre os quais Compaoré, regressado na quinta-feira ao Burkina Faso para a ocasião, após oito anos no exílio.

O objetivo pretendido era selar a "reconciliação nacional" para lutar mais eficazmente contra a violência jihadista, que se multiplicou nos últimos meses.

"Esta reunião centrou-se na procura de uma paz duradoura no nosso país", transmitiu Damiba, numa declaração após a reunião. "Estamos convencidos de que só num ambiente de coesão social e unidade é que as forças que combatem o terrorismo neste preciso momento serão mais determinadas e bem-sucedidas", acrescentou o líder da junta militar.

Damiba falava ao lado dos dois antigos chefes de Estado que aceitaram o seu convite: Jean-Baptiste Ouedraogo (1982-1983) e Blaise Compaoré, presidente entre 1987 e 2014, antes de ser forçado ao exílio na Costa do Marfim, na sequência de uma revolta popular.

Isaac Zida, que tomou o poder por um curto período, em 2014, e está atualmente no exílio, no Canadá; Michel Kafando (2014-2015) e Roch Marc Christian Kaboré, eleito em 2015, antes de ser deposto em janeiro, foram também convidados para o encontro.

O regresso de Compaoré, que governou o país durante 27 anos, originou críticas generalizadas.

O antigo Presidente foi condenado à revelia, em 6 de abril, a prisão perpétua, pelo seu papel no assassinato do antecessor, Thomas Sankara, um ícone pan-africano, durante o golpe que o levou ao poder em 1987.

Dezenas de manifestantes reuniram-se pela manhã na capital, Ouagadougougou, em frente à residência do Presidente deposto Kaboré para o impedir de assistir à reunião entre os antigos presidentes e Damiba.

"Perante a crescente controvérsia, preparei-me para ir à reunião, mas vi-me numa situação em que as pessoas se mobilizaram à minha porta, exigindo que eu não fosse a este encontro", referiu Kaboré, numa conferência de imprensa em sua casa, para justificar a ausência, e afirmou congratular-se "com a Intervenção" de Demiba com vista à "reconciliação".

O representante do movimento civil Brassard Noir, Boukari Conobo, considerou que o encontro não foi um ato de reconciliação, mas "uma farsa", por considerar que não é o papel de Damiba, autor de um golpe de Estado, querer reconciliar a população.

Acusado de não conter a violência extremista islâmica que mina o Burkina Faso desde 2015, Roch Marc Christian Kaboré foi derrubado no final de janeiro por uma junta militar liderada por Paul-Henri Sandaogo Damiba, agora Presidente de transição.

Mas a situação de segurança no Burkina Faso não melhorou, o país ainda é recorrentemente alvo de ataques de organizações extremistas islâmicos ligadas à Al-Qaida ou ao grupo fundamentalista Estado Islâmico.

O último, em 11 de junho, contra a cidade de Seytenga (norte), matou 86 civis e é considerado um dos piores massacres da história do país.

Leia Também: Ex-PR do Burkina Faso aterrou no país depois de oito anos de exílio

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