Morte de Eduardo dos Santos é "trágica" para Angola, Namíbia e África

O Presidente da Namíbia disse hoje que a morte do ex-presidente José Eduardo dos Santos "é uma perda trágica" para Angola, Namíbia e África como um todo, recordando a "imensa contribuição" que deu para a libertação do seu país.

hage geingob

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Lusa
08/07/2022 20:58 ‧ 08/07/2022 por Lusa

Mundo

Presidente da Namíbia

"Hoje é um dia sombrio para o continente africano. Outra árvore gigante caiu. Angola perdeu um ícone político excecional, e a África um herói e um estadista admirável. Esta é uma perda trágica para Angola, Namíbia e África como um todo", afirmou Hage G. Geingobo, numa nota de pesar, divulgada pela presidência namibiana.

O Presidente da Namíbia destacou o papel que José Eduardo dos Santos teve como "lutador tenaz pela liberdade e um pan-africanista convicto".

Na nota refere-se que foi com "profundo sentimento de tristeza e pesar" que tomou conhecimento da morte de José Eduardo dos Santos, antigo Presidente da República de Angola, em Barcelona, Espanha.

"O Presidente dos Santos foi um revolucionário notável, um lutador tenaz da liberdade e um pan-africanista convicto, que dedicou a sua vida à busca da liberdade, justiça e igualdade para os povos de Angola, África Austral e África em geral. Ao recordarmos esta grande figura africana, celebramos o seu rico legado de serviço leal ao povo de Angola", realçou.

O chefe de Estado da Namíbia considerou que para "o povo namibiano, o ex-presidente dos Santos será lembrado pela sua imensa contribuição para a libertação da Namíbia".

Por muitos anos, "Angola foi o lar de quadros da Swapo e inúmeros namibianos, que foram para o exterior para lutar contra o colonialismo do 'apartheid'", sublinhou.

"Angola juntamente com outros Estados da linha da frente, forneceu apoio político, material e diplomático aos combatentes da liberdade da Namíbia sob a liderança da Swapo", destacou.

Assim, concluiu Hage G. Geingob, "a Namíbia tem uma grande dívida de gratidão para com o ex-presidente dos Santos e o povo angolano" e "não há dúvida de que o seu legado permanecerá imortalizado nos corações e mentes das gerações atuais e sucessivas de namibianos".

Pessoalmente, acrescentou, que vai lembrar-se do presidente Eduardo dos Santos "como um amigo querido", com quem teve uma "ótima relação de trabalho".

"Guardo com carinho a memória da sua presença na minha posse como Presidente da Namíbia, em 2015", revelou ainda.

Pelo que em nome do Governo e do povo da Namíbia apresentou as condolências "à família enlutada, ao Governo e ao povo fraterno de Angola".

José Eduardo dos Santos morreu hoje aos 79 anos numa clínica em Barcelona, Espanha, após semanas de internamento, anunciou a presidência angolana, que decretou cinco dias de luto nacional.

Eduardo dos Santos governou Angola entre 1979 e 2017, tendo sido um dos Presidentes a ocupar por mais tempo o poder no mundo e era regularmente acusado por organizações internacionais de corrupção e nepotismo.

Em 2017, renunciou a recandidatar-se e o atual Presidente, João Lourenço, sucedeu-lhe no cargo, tendo sido eleito também pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que governa no país desde a independência de Portugal, em 1975.

Leia Também: Eduardo dos Santos: PAN repudia "regime de terror, medo e perseguição"

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