Entre 01 de janeiro e 30 de junho de 2022, 251 pessoas foram enforcadas no Irão (em comparação com 117 no mesmo período de 2021), indicou a ONG norueguesa num relatório.
As execuções no Irão -- um dos países que mais aplicam a pensa de morte, junto com China e Arábia Saudita -- são realizadas por enforcamento e estrangulamento.
Num relatório publicado no final de junho, o secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou preocupação com a tendência ascendente de execuções em território iraniano.
O país do Médio Oriente está mergulhado numa profunda crise económica. No mês passado, ocorreram, em várias cidades iranianas, protestos contra o aumento do custo de vida (incluindo o preço do pão) e a corrupção.
"Não há dúvida de que o objetivo dessas execuções é anular os crescentes protestos contra o regime", disse à agência de notícias AFP o fundador da IRH, Mahmood Amiry-Moghaddam.
"Apenas reações internacionais mais fortes e campanhas nacionais a denunciar essas execuções podem prejudicar politicamente as autoridades [iranianas] e interromper essa tendência preocupante" acrescentou Amiry-Moghaddam.
O dirigente referiu que 137 dessas execuções aconteceram desde a nova onda de manifestações começou em 07 de maio. Seis mulheres estão entre os cidadãos executados, segundo a ONG.
Só na quarta-feira, oito prisioneiros condenados por violação sexual e assassínio foram executados na prisão Rajai Shahr, localizada fora de Teerão.
Defensores de direitos humanos também estão preocupados com o aumento desproporcional do número de pessoas executadas de minorias étnicas -- particularmente baluchis e curdos.
O IRH identificou assim nos primeiros seis meses do ano a execução de 67 prisioneiros da minoria baluchi, maioritariamente sunita, enquanto o xiismo predomina no país.
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