EUA: Pelosi recebe comunhão do Papa apesar de apoiar aborto
A presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, encontrou-se hoje com o Papa Francisco e recebeu a comunhão, apesar de apoiar o direito ao aborto, disseram testemunhas citadas pela agência de notícias AP.
© Getty Images
Mundo Nancy Pelosi
Pelosi assistiu à missa matutina do Papa, que marca as festas de São Pedro e São Paulo, durante a qual Francisco concedeu o pálio (uma estola de lã de cordeiro) aos arcebispos recém-consagrados.
A presidente da Câmara dos Representantes do Congresso norte-americano sentou-se na bancada VIP da Basílica de São Pedro, no Vaticano, e recebeu a comunhão, segundo duas pessoas que testemunharam o momento.
A questão, refere a Associated Press, é significativa, já que o arcebispo de São Francisco, Salvatore Cordileone, onde vive Pelosi, anunciou que não lhe permitiria mais receber o sacramento na sua arquidiocese, na sequência do apoio dado ao direito ao aborto.
Cordileone, um conservador, defendeu que Pelosi deve repudiar o seu apoio ao aborto ou parar de falar publicamente sobre a fé católica.
Nancy Pelosi considerou a recente decisão do Supremo Tribunal de retirar a proteção constitucional ao aborto como uma decisão "infame e muito triste" que cumpre o "objetivo sombrio e extremo do Partido Republicano de retirar às mulheres o direito de tomarem as suas próprias decisões sobre saúde reprodutiva".
A responsável falou abertamente da sua fé católica, inclusive numa receção diplomática na residência da embaixada dos EUA na Santa Sé, realizada na terça-feira à noite.
"A fé é um presente importante, nem todas as pessoas têm, mas também é o caminho para tantas outras coisas", disse.
Pelosi encontrou-se hoje com Francisco, antes da missa, e recebeu uma bênção, de acordo com um dos participantes da missa.
Os juízes do Supremo Tribunal dos Estados Unidos decidiram na sexta-feira anular a decisão de um processo - Roe vs. Wade -, que, em 1973, legalizou a interrupção voluntária da gravidez até às 23 semanas de gestação.
A decisão foi aprovada por seis juízes conservadores (metade deles nomeados pelo antigo Presidente, Donald Trump) contra três liberais e colocou a regulamentação do aborto na tutela dos estados norte-americanos, sendo que 13 já tinham leis destinadas a proibir o aborto de forma imediata.
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