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Cabo Verde defende "atenção" às zonas periurbanas para acesso a alimentos

O ministro da Agricultura e Ambiente cabo-verdiano defendeu hoje, na Praia, uma "atenção especial" às zonas urbanas e periurbanas das cidades do país e da região do Sahel e da África Ocidental para o acesso financeiro aos alimentos.

Cabo Verde defende "atenção" às zonas periurbanas para acesso a alimentos
Notícias ao Minuto

13:26 - 23/06/22 por Lusa

Mundo Cabo Verde

"Hoje, face à conjuntura internacional, uma atenção especial deverá ser dada não só à população rural, mas, sobretudo, às zonas periurbanas das nossas cidades", defendeu Gilberto Silva, na abertura da reunião restrita do dispositivo regional de Prevenção e Gestão das Crises Alimentares (Pregec) no Sahel e África Ocidental, que acontece durante os próximos dois dias, na cidade da Praia.

Para o governante cabo-verdiano, a situação no mundo está a levar não só ao êxodo rural, mas a fazer com que as famílias que vivem nas periferias das cidades estejam em situações de aflição quanto ao acesso financeiro aos alimentos.

"Muitas vezes os mercados têm esses produtos, há 'stock', o acesso físico está assegurado, mas é fundamental que as pessoas possam ter dinheiro também para adquirir os alimentos em quantidades suficientes para poderem satisfazer as suas necessidades", sustentou.

Neste sentido, disse ser "fundamental" assegurar os rendimentos, através, por exemplo, do trabalho público, entre outras dinâmicas económicas de geração de emprego.

"Esta que é a medida que eu quis partilhar aqui na reunião, trata-se de um dispositivo de partilha de informações, de análise de dados de toda a região, para permitir também maior articulação no desenho de políticas de prevenção de crise alimentar", completou.

A reunião, organizada pelo Comité Inter-Estados de Luta contra a Seca no Sahel (CILSS) e pelo Clube do Sahel, em parceria com o Ministério da Agricultura e Ambiente de Cabo Verde, surge no momento em que dados apontam que cerca de 38 milhões de pessoas poderão sofrer de insegurança alimentar entre junho e agosto desde ano na região do Sahel e da África Ocidental.

Entre as causas apontadas para essa insegurança estão o pouco acesso às terras, as fragilidades dos ecossistemas, o fraco poder de compra, produção ilimitada, pouco acesso à água e à saúde, mas também as crises conjunturais internacionais, como a pandemia da covid-19 e agora a guerra na Ucrânia.

No caso de Cabo Verde, o ministro disse que, devido à sua insularidade, enfrenta muitas vulnerabilidades aos choques externos e à conjuntura internacional, quando mais não seja porque depende da importância de bens alimentares, em mais de 80%.

Por isso, disse que a escalada de preços dos produtos alimentares, dos combustíveis e dos transportes, antes provocada pela pandemia e agora pela guerra, tem um "tremendo impacto" a nível do consumo do arquipélago e na segurança alimentar e nutricional.

E se se juntar a tudo isso os anos de seca desde 2017, que levaram a redução da produção e da disponibilidade de água, Gilberto Silva recordou os dados que apontam para 107 mil pessoas em situação de pressão alimentar e cerca 30 mil (9%) em situação de insegurança alimentar.

A reunião é realizada em Cabo Verde para avaliar a situação alimentar e nutricional, examinar e partilhar os resultados das previsões agrometeorológicas para 2022 e preparar o seguimento da campanha agrícola 2022/23.

O dispositivo regional de prevenção e de gestão das crises alimentares (Pregec) é um instrumento desenvolvido pelo CILSS para apoiar os países membros na recolha, produção e tratamento das informações sobre a segurança alimentar e nutricional, permitindo a tomada de decisões no sentido de antecipar, prevenir e gerir as crises alimentares.

As reuniões restritas do Pregec têm lugar quatro vezes ao ano, março, junho, setembro e novembro, e as informações produzidas permitem não só a tomada de decisões sobre a situação alimentar nos diferentes países, mas também fornecem informações à rede de prevenção das crises alimentares.

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