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"Os ucranianos estão prontos a morrer pela perspetiva europeia"

A presidente da Comissão Europeia sublinhou hoje que "os ucranianos estão prontos a morrer pela perspetiva europeia", ao apresentar a recomendação no sentido de ser concedido à Ucrânia o estatuto de país candidato à adesão à União Europeia (UE).

"Os ucranianos estão prontos a morrer pela perspetiva europeia"
Notícias ao Minuto

13:32 - 17/06/22 por Lusa

Mundo Von der Leyen

"A Ucrânia tem demonstrado claramente a aspiração e o empenho do país em estar à altura dos valores e normas europeias. A Ucrânia, antes da guerra, já tinha iniciado o seu caminho em direção à UE: durante oito anos, já se tinha vindo a aproximar gradualmente da União", comentou Ursula von der Leyen, na apresentação da avaliação levada a cabo pelo executivo comunitário e hoje adotada.

A dirigente alemã sublinhou que, "graças ao Acordo de Associação de 2016, a Ucrânia já implementou cerca de 70% das regras, normas e padrões da UE", além de que já participa "em muitos programas importantes da UE, como o Horizonte Europa [investigação] e o Erasmus [educação]".

De acordo com a avaliação de Bruxelas, prosseguiu a líder do executivo comunitário, "a Ucrânia é uma democracia parlamentar robusta" e "tem uma administração pública que funciona bem e que tem mantido o país a funcionar mesmo durante esta guerra".

"A reforma da descentralização é um sucesso, como o demonstra também o desempenho de regiões e municípios durante a guerra. A reforma de modernização da administração está em curso. A sociedade civil da Ucrânia é vibrante e ativa. O sistema eleitoral provou ser livre e justo", referiu.

A nível económico, Ursula von der Leyen apontou que, antes da invasão russa, "a Ucrânia tinha um bom nível de défice, de 2% [do Produto Interno Bruto] e uma dívida pública inferior a 50%", e observou que o país "já deu passos importantes no caminho para se tornar uma economia de mercado em pleno funcionamento, capaz de se integrar no mercado único da UE".

A presidente da Comissão admitiu, no entanto, que "é necessário mais trabalho", tendo enumerado algumas das reformas mais importantes que a Ucrânia deve empreender, tais como acelerar a seleção dos juízes do Tribunal Constitucional, reforçar o combate à corrupção, e implementar a "lei anti-oligarquia", para limitar a influência excessiva dos oligarcas na vida económica, política e pública do país.

"Discuti tudo isto com o Presidente [Volodymyr] Zelenskyy, o Primeiro-Ministro [Denis] Shmyhal e membros do governo durante a minha recente visita a Kiev. Reconhecemos os progressos feitos pela Ucrânia, mas salientámos a necessidade de o país consolidar as reformas e avançar com determinação para assegurar a sua implementação", declarou.

Von der Leyen admitiu que "é claro que nem tudo pode ser alcançado enquanto a guerra grassa no território da Ucrânia", mas considerou que "muitas destas questões já podem, no entanto, ser abordadas".

"Fizemos uma avaliação minuciosa. Esta é uma base sólida para avançarmos juntos. Os ucranianos estão prontos a morrer pela perspetiva europeia. Queremos que eles vivam com o sonho europeu", concluiu.

A Comissão Europeia recomendou hoje ao Conselho que seja concedido à Ucrânia o estatuto de país candidato à adesão à União Europeia, emitindo parecer semelhante para a Moldova, enquanto para a Geórgia entende serem necessários mais passos.

Relativamente às candidaturas da Ucrânia e da Moldova, o executivo comunitário entende que lhes deve ser concedido o estatuto de países candidatos à adesão "no pressuposto de que serão tomadas medidas numa série de áreas", enquanto relativamente à Geórgia propõe que lhe seja dada a "perspetiva" de se tornar membro, mas a concessão do estatuto de candidato apenas depois de "abordadas várias prioridades".

As recomendações do executivo comunitário, adotadas numa reunião do colégio e apresentadas em Bruxelas por Von der Leyen e pelo comissário do Alargamento, Olivér Várhelyi, serão discutidas pelos chefes de Estado e de Governo dos 27 já na próxima semana, num Conselho Europeu agendado para 23 e 24 de junho, na capital belga.

Menos de uma semana após a Rússia ter invadido a Ucrânia, em 24 de fevereiro, Kiev apresentou formalmente a sua candidatura à adesão, e, no início de abril, Von der Leyen entregou em mão ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o questionário que as autoridades ucranianas entretanto preencheram e remeteram a Bruxelas.

Na quinta-feira, a Ucrânia recebeu uma forte mensagem de apoio dos líderes dos três Estados-membros com as economias mais fortes da UE, com o chanceler alemão, Olaf Scholz, o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o chefe de Governo italiano, Mario Draghi, a manifestarem-se a favor de ser concedido o estatuto de candidato "imediato" ao país, durante uma visita conjunta a Kiev.

Os líderes da UE vão discutir e pronunciar-se sobre estas recomendações da Comissão já no final da próxima semana, numa cimeira dominada precisamente pelas questões do alargamento, à margem da qual será celebrada também uma reunião com os líderes dos países dos Balcãs Ocidentais, alguns dos quais há muitos anos na 'fila de espera' para aderir ao bloco europeu.

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