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Republicano partilha teoria que diz que tiroteios foram fabricados

Carl Paladino é candidato ao Congresso e foi patrocinado pelo ex-presidente Donald Trump e pela liderança do Partido Republicano.

Republicano partilha teoria que diz que tiroteios foram fabricados

Um candidato republicano ao Congresso, nas próximas eleições intercalares de novembro, publicou no passado dia 1 de junho uma teoria da conspiração, que afirma que os tiroteios em Uvalde e em Buffalo foram fabricados pelas autoridades.

Estas teorias têm sido recorrentemente partilhadas após cada tiroteio em massa nos Estados Unidos, especialmente por grupos extremistas, nas redes sociais. A ideia geral é uma crença de que estes tiroteios são operações de 'falsa bandeira', criadas com o objetivo de aumentar o escrutínio em torno do direito à posse de armas e reduzir a circulação de armas semiautomáticas.

Carl Paladino, candidato do Partido Republico pelo 23.º distrito de Nova Iorque, que incluiu subúrbios de Buffalo, partilhou uma destas teorias de conspiração no Facebook. Segundo a captura de ecrã obtida pelo site Media Matters for America, da publicação entretanto apagada, Paladino partilhou um texto de alguém com o nome Jeff Briggs, em que este afirma que "quando uma vida é salva por uma arma, os média ignoram" e que "estes tiroteios tendem a explodir quando há um democrata na Casa Branca que não hesitará em revogar a 2.ª Emenda e tirar as armas".

No tiroteio em Buffalo morreram dez pessoas, num ataque com origens racistas e xenófobas contra a comunidade afro-americana; e Uvalde, no Texas, assistiu ao segundo pior tiroteio escolar nos EUA, com 19 crianças e dois professores a serem mortos por um jovem de 18 anos, que adquiriu as armas poucos dias depois de fazer anos.

A publicação também ataca a Nova Zelândia, que baniu todas as armas semiautomáticas depois do massacre numa mesquita em Christchurch, criando uma hipotética ligação entre esse facto e "os campos de internamento da era do Covid". E menciona ainda outras teorias da conspiração, sobre a morte do presidente Kennedy, de John Lennon, e programas de "controlo mental" da CIA.

Paladino - cuja campanha em Buffalo foi apoiada pelo ex-presidente Donald Trump e por Elise Stefanik, uma das principais conservadoras no Congresso e que já subscreveu a Teoria Racista da Substituição - negou que tivesse sido ele a publicar o texto, contando ao jornal Buffalo News que não sabe fazer publicações no Facebook. "Disse ao meu secretário para o remover. Nunca escreveria algo do género", vincou.

No entanto, segundo constatou o Media Matters, um centro de investigação de comunicação social, esta não é a primeira vez que o candidato envereda por teorias da conspiração com raízes discriminatórias e extremistas. Em anos anteriores, Carl Paladino atacou a família Obama com declarações racistas, afirmando em meios de comunicação conservadores que Michelle Obama, a antiga primeira dama e mulher do presidente Barack Obama, "devia voltar a ser um macho e ser libertada nas traseiras do Zimbabué, onde ela vive confortavelmente numa caverna com um gorila"; e disse também que Barack Obama "apanhou a doença das vacas loucas tendo relações com uma vaca".

Quanto aos tiroteios, a teoria da conspiração lançada sobre Uvalde é semelhante às conspirações que nasceram após o tiroteio em Sandy Hook, em 2012. Na altura, o popular apresentador Alex Jones, uma das maiores figuras da extrema-direita norte-americana, afirmou que as 20 crianças que morreram estavam, na realidade, vivas e assediou os pais por esconderem os seus filhos e promoverem campanhas contra a posse de armas.

Jones acabou processado pelas famílias e enfrenta uma indemnização multimilionária, condenado por difamação e assédio aos pais das crianças mortas no pior tiroteio escolar da história dos Estados Unidos.

Paladino disputará o 23.º distrito do estado de Nova Iorque no dia 8 de novembro, durante as eleições intercalares, ou 'Midterms', umas eleições cruciais para decidir o balanço no Congresso entre democratas e republicanos, numa altura de grande polarização em temas socioculturais.

Leia Também: Vítimas de tiroteios vs. Senadores. "O que estão a fazer?"

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