A assistente do Parque Nacional de Tarutao, Mumeen Malinee, afirmou que o grupo foi encontrado por uma patrulha no sábado passado numa praia na ilha de Dong, na província de Satun, que faz fronteira com a Malásia.
A Marinha tailandesa foi informada e resgatou o grupo de rohingyas, que incluía cinco menores e 23 mulheres. Os resgatados terão estado vários dias sem água potável ou alimentos, segundo fontes oficiais citadas por meios de comunicação regionais.
O subdiretor da Proteção da Criança, Mulher e da Luta Contra o Tráfico de Pessoas da Polícia Tailandesa, general Surachet Hakpan, declarou à agência noticiosa espanhola EFE estar em curso uma investigação para identificar as vítimas de tráfico de pessoas dentro do grupo, de forma a dar-lhes apoio, e os imigrantes ilegais, que serão deportados.
Um dos resgatados disse ao canal televisivo tailandês Thairath que o grupo tinha partido da costa de Bangladesh, país no qual se refugiaram em 2017 após uma campanha de represálias do exército birmanês, com o objetivo de chegar à Malásia, sem precisar há quanto tempo.
A polícia tailandesa afirmou ainda que duas embarcações, com cerca de 120 pessoas, foram detidas à chegada à Malásia, enquanto uma terceira voltou para trás e abandonou os rohingyas em território tailandês.
No fim do mês passado, pelo menos 14 pessoas morreram e mais de 50 desapareceram depois de um barco cheio de rohingyas se ter afundado na baía de Bengala. Em março, conseguiram chegar num pequeno barco à província de Aceh, na Indonésia, mais de 100 membros do mesmo grupo minoritário.
As numerosas travessias realizadas este ano fazem lembrar a crise de refugiados de 2015, quando várias embarcações com centenas de rohingya permaneceram durante semanas à deriva, depois de serem recusadas pelas autoridades da Tailândia, Malásia e Indonésia.
A crise de 2015 levou ainda à descoberta e encerramento de dezenas de campos no sul da Tailândia e no norte da Malásia utilizados por máfias de tráfico de pessoas.
Desde 2017 que a situação dos rohingyas piorou, quando uma operação militar no estado de Rakhine, oeste de Myanmar, provocou milhares de mortes e o êxodo de 725 mil membros desta minoria muçulmana para o vizinho Bangladesh.
Segundo os investigadores da ONU, a operação militar foi "uma limpeza étnica com traços de genocídio", pela qual generais birmaneses enfrentam agora acusações perante o Tribunal Penal Internacional, em Haia.
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