El-Ghassim Wane, chefe da Minusma, esclareceu que o ataque com recurso a um engenho explosivo artesanal fez um ferido, ao contrário do que havia sido inicialmente avançado pela ONU, que havia reportado dois feridos.
"Uma semana dura, muito dura para nós. Nunca podemos dizer o suficiente sobre a dificuldade da nossa tarefa e a extrema dedicação dos nossos 'capacetes azuis', disse Wane, citado em comunicado.
El-Ghassim Wane, que é também o representante especial do Secretário-Geral da ONU para o Mali lembrou que os ataques contra os "capacetes azuis" das Nações Unidas podem constituir crimes de guerra ao abrigo do direito internacional e exortou as autoridades malianas a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para identificar os autores desta ofensiva, para que possam ser rapidamente levados à justiça.
O chefe da Minusma reafirmou ainda que "os ataques covardes perpetrados pelos grupos extremistas não irão de forma alguma minar a determinação" da missão, "de trabalhar para a implementação do seu mandato de apoio ao povo e ao Governo do Mali na sua busca pela paz e estabilidade".
O rebentamento do engenho vitimou mortalmente os dois soldados de nacionalidade egípcia.
A explosão ocorreu perto de Douentza (centro), no eixo rodoviário que se dirige para Tombuctu (norte).
Com as mortes de hoje, sobe para três o número de "capacetes azuis" mortos em três dias.
A outra vítima mortal foi um soldado jordano que morreu num ataque com armas ligeiras e lançadores de foguetes contra uma coluna na quarta-feira em Kidal (norte).
Com mais de 12.000 soldados destacados no Mali, país mergulhado em turbulência armada desde o início das rebeliões extremistas islâmicas e separatistas em 2012, a Minusma é a missão da ONU com maior registo de mortos.
Desde a sua criação em 2013, já morreram 174 "capacetes azuis" em situações de conflito.
Portugal tem atualmente dois efetivos militares empenhados na Minusma, que foi estabelecida pelo Conselho de Segurança da ONU em abril de 2013 para ajudar as autoridades de transição do Mali a estabilizar o país e garantir a segurança e proteção da população civil.
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