O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, revelou esta quarta-feira que ficou “muito, muito surpreendido” com o facto de ter recebido uma multa no âmbito do escândalo ‘Partygate’.
O primeiro-ministro foi investigado pela Polícia Metropolitana de Londres e alvo de uma multa devido a festas realizadas em Downing Street, numa altura em que o Reino Unido se encontrava em confinamento para combater a propagação da pandemia.
Na semana passada, foram divulgadas fotografias de Boris Johnson a beber durante uma festa de despedida em honra de Lee Cain, ex-diretor de comunicações de Downing Street, em novembro de 2020. A festa foi investigada pelas autoridades, mas Boris foi notificado apenas por uma festa, realizada a 19 de junho de 2020.
Numa sessão de perguntas e respostas, promovido pelo site Mumsnet, o primeiro-ministro foi questionado por um professor por que razão não foi demitido por não respeitar as medidas implementadas durante a pandemia, reporta a Sky News.
Boris Johnson começou por pedir “imensa desculpa pelo que aconteceu” e voltou a alegar que pensava tratar-se de um “evento de trabalho”. “Penso que se as pessoas olharem para o evento em questão, pareceu-me um evento de trabalho, eu estive lá durante muito pouco tempo, no escritório, na minha secretária. Fiquei muito, muito surpreendido ao receber um aviso de penalização”, afirmou.
Boris Johnson has said in an interview with Mumsnet that he was "very, very surprised" to receive a fixed penalty notice following partygate.
— TalkTV (@TalkTV) June 1, 2022
Should he have been fined? pic.twitter.com/vWFFyPkjmI
Descrevendo a festa de aniversário pela qual foi multado como um “evento miserável”, Boris defendeu que não consumiu nenhum bolo. “Se está a falar satiricamente desse evento miserável, cuja fotografia apareceu nas primeiras páginas, então nenhum bolo foi consumido por mim, posso dizer-vos, posso dizer-vos isso”, disse.
Sublinhe-se que Boris Johnson tem sido criticado por colegas do próprio partido, o Partido Conservador, algo que pode levar à sua demissão.
É necessário que 54 deputados conservadores exijam formalmente uma moção de censura contra o primeiro-ministro para que o processo possa avançar. Apenas Sir Graham Brady, presidente do Comité dos Conservadores de 1922, sabe o número total de cartas submetidas. Já uma contagem da Sky News estima que tenha sido 35 o número total de deputados a pedir a demissão de Boris Johnson, sendo que 25 já o fizeram publicamente.
Leia Também: Mais um deputado pede demissão de Boris. Moção de censura "está próxima"