Um médico que trabalhava nas Urgências de um hospital privado em Madrid, Espanha, foi condenado pelo homicídio de um paciente, revela o El Mundo.
O caso remonta a 3 de dezembro de 2007, quando o profissional de saúde recusou realizar um TAC quando o homem, de 61 anos, deu entrada nas Urgências, após sofrer uma queda.
O paciente ficou semi-inconsciente, com a circunstância agravante de estar a tomar Synthrom, um conhecido anticoagulante, que favorece o aparecimento de hemorragias. Era domingo à noite.
"- Mas teremos de lhe fazer uma TAC à cabeça, não teremos?
- Não, minha senhora, não é necessário."
Esta terá sido a conversa entre a família da vítima e o médico.
Acompanhado da esposa e das filhas, foi sujeito a um TAC só quando a equipa médica do turno da manhã entrou ao serviço, tendo ficado toda a madrugada à espera do exame.
“Nós sentimo-nos impotentes, porque embora não sejamos médicas, entendemos que tínhamos de ver se a queda tinha provocado uma hemorragia”, relatou uma das filhas ao El Mundo.
Já a esposa revelou: “Naquela noite, eu e as minhas filhas estávamos com o meu marido no hospital. Pensei em tirá-lo de lá para o Hospital de La Paz, mas tínhamos medo que morresse na ambulância. Tive de aceitar o que aquele médico nos tinha dito. Mas quando o turno da manhã chegou e disseram que a primeira coisa a fazer era um TAC, sabíamos que estávamos certas”.
O homem teve morte cerebral e o TAC poderia ter-lhe salvado a vida, entendeu o Tribunal Criminal de Madrid, quinze anos depois.
O médico que recusou realizar o exame foi condenado por homicídio por negligência e obrigado a pagar uma indemnização de 115.756 euros.
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