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"Vamos esmagá-los no final". Moscovo estará a planear novo assalto a Kyiv

Esta confiança renovada numa vitória de Moscovo estará não só a afetar o Kremlin, como também o partido Rússia Unida, que lidera o país – especialmente no que tocam os avanços na região do Donbass, quase tomada na totalidade pelo exército russo.

"Vamos esmagá-los no final". Moscovo estará a planear novo assalto a Kyiv
Notícias ao Minuto

20:37 - 27/05/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Ucrânia/Rússia

Apesar de a Rússia ter falhado a tomada de Kyiv, no início da invasão da Ucrânia, fontes próximas do Kremlin e do presidente russo, Vladimir Putin, revelaram ao meio de comunicação Meduza que Moscovo tem, agora, esperanças renovadas de que conseguirá sair vitorioso no conflito até ao final do ano, num momento em que está prestes a tomar a região do Donbass por completo.

Segundo as mesmas fontes, o Kremlin delineou objetivos "mínimos" e "máximos" para uma "operação especial bem sucedida" na Ucrânia. Na primeira categoria está a tomada do Donbass, ao passo que o exponente máximo seria a captura de Kyiv que, de acordo com a Meduza, ainda é uma ambição da liderança russa.

“Vamos acabar com eles no final. Tudo estará terminado, provavelmente, até ao outono”, indicou uma das fontes.

Esta confiança renovada estará não só a afetar o Kremlin, como também o partido Rússia Unida, que lidera o país – especialmente no que tocam os avanços na região do Donbass, quase tomada na totalidade pelo exército russo.

Quanto ao assalto a Kyiv, contudo, o Kremlin considera ter margem de manobra, tendo já aceitado que a captura da capital ucraniana não será possível “sem derramar sangue”. Uma das hipóteses será alegadamente enviar soldados recrutados para a linha da frente.

“Há [soldados contratados] suficientes para um avanço relativamente lento [em toda a Ucrânia], mas podem usar recrutas se precisarem se de movimentar mais rápido. Afinal, é um exército”, explicou uma fonte próxima do presidente russo, adiantando que não haverá uma mobilização geral, uma vez que poderia ‘manchar’ a imagem do chefe de estado.

Há, ainda, a questão do apoio das nações europeias à Ucrânia que, de acordo com fontes do Kremlin, “se cansarão de ajudar, mais cedo ou mais tarde”.

“Mais cedo ou mais tarde, a Europa cansar-se-á de ajudar. É dinheiro e produção de armas que precisam para si mesmos. Mais perto do outono, terão de negociar [com a Rússia] quanto ao gás e petróleo, antes que a estação fria chegue”, considerou uma fonte.

“Neste momento, parece que pouco aconteceu na frente de batalha. O exército russo está a capturar algumas regiões pequenas e está a enfrentar vários problemas. Mas só parece ser assim porque os ucranianos não se renderam imediatamente, como muitos pensavam que fariam. Então, sim, a guerra-relâmpago falhou, e certos erros de cálculo são evidentes. Mas isso não significa que a vitória não seja possível”, explicou outra fonte com laços estreitos ao governo de Putin.

“A Rússia tem, claramente, mais recursos [do que a Ucrânia sem o apoio do Ocidente]”, disse outra.

Apesar de tudo, o Ministério da Defesa russo continua a alegar que o objetivo do conflito passa pela “libertação do Donbass”, onde as forças russas intensificaram a ofensiva e tomaram a grande maioria das regiões, tendo já começado o processo de naturalização dos civis, com a emissão de passaportes russos.

Por ocasião do 77.º aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazi, a 9 de maio, Putin enfatizou que “todos os planos estão a ser implementados”, pelo que “o resultado será alcançado, não há dúvida a respeito disto”. 

A invasão russa da Ucrânia - justificada por Putin pela necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar aquele país para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) pelo menos 4.031 civis morreram e 4.735 ficaram feridos no conflito, que entrou no seu 93.º dia, esta sexta-feira. Ainda assim, o organismo sublinhou que os números reais poderão ser muito superiores, e que só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora palco de intensos combates.

Leia Também: Ânimos mudam no Kremlin. Uns pedem agressão, outros um novo sucessor

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