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Alemanha muda política face à China priorizando "direitos humanos"

As declarações foram proferidas na sequência de várias reportagens que têm surgido, que dão conta da ocorrência de violações dos direitos humanos na região autónoma uigur de Xinjiang.

Alemanha muda política face à China priorizando "direitos humanos"
Notícias ao Minuto

22:42 - 24/05/22 por Notícias ao Minuto

Mundo China

A Alemanha está a mudar a sua política face à China, com o intuito de dar uma maior prioridade às questões relacionadas com os direitos humanos. A informação foi avançada esta terça-feira pelo ministro da Economia alemão, Robert Habeck, aqui citado pela Reuters.

As declarações foram proferidas na sequência de várias reportagens que têm surgido, que dão conta da ocorrência de violações dos direitos humanos na região autónoma uigur de Xinjiang.

Vários países ocidentais, bem como diversos grupos de defesa dos direitos humanos, acusam as autoridades locais de deterem e torturarem indivíduos uigures e outras minorias em campos concebidos especificamente para esse efeito. Pequim nega, no entanto, tais acusações, descrevendo tais campos como se tratando de instalações de formação profissional para combater o extremismo religioso.

Mas a BBC, o Der Spiegel e outros meios de comunicação social independentes afirmaram, esta terça-feira, ter na sua posse uma enorme quantidade de dados que comprovam a utilização, por parte do governo chinês, dos chamados campos de "reeducação" e de prisões formais como dois sistemas de detenção em massa do povo uigur. Em causa estão dados que terão sido pirateados a partir de servidores informáticos da polícia local.

"Há muito que ficou claro que, embora a China seja um parceiro comercial importante, existem problemas muito relevantes, inclusive quando se trata de respeitar os direitos humanos", afirmou o ministro alemão Robert Habeck, na sequência destas revelações.

De facto, a Alemanha tem optado por diversificar a sua postura comercial, com o intuito de reduzir a sua dependência face à China. E propõe-se, assim, a passar a examinar atentamente os pedidos de empresas alemãs que queiram fazer investimentos em território chinês, com o intuito de excluir eventuais violações de direitos humanos e trabalho forçado da cadeia de fornecimento, acrescentou o governante.

"Ao nível da União Europeia, também os subsídios governamentais aos concorrentes chineses que queiram entrar no mercado interno devem ser analisados mais de perto", propôs ainda Robert Habeck.

Estas declarações surgem depois da própria ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, ter apelado à China para que esclarecesse as alegadas violações dos direitos humanos do povo uigur, dizendo que a Alemanha estava empenhada em proteger tal dimensão em todo o mundo.

Recorde-se que Michelle Bachelet, alta-comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, está durante esta semana em território chinês, estando prevista para esta terça-feira uma viagem a Xinjiang, precisamente. 

Leia Também: China acusa Ocidente de sabotar visita de alta-comissária da ONU

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