Áustria apresenta plano para reduzir dependência do gás russo
A Áustria apresentou hoje um plano de emergência para diminuir rapidamente de 80% para 70% o gás que consome proveniente da Rússia e prevenir eventuais cortes.
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Mundo Rússia/Ucrânia
"As medidas vão reduzir fortemente a nossa dependência do gás russo", declarou aos jornalistas a ministra que tem a pasta da Energia, Leonore Gewessler.
Pela primeira vez, o Estado vai constituir uma reserva estratégica com gás não russo acessível às empresas, permitindo cobrir o consumo total do país durante dois meses no inverno.
Vai também impor o uso de todas as instalações que não estão a ser utilizadas.
"Não é aceitável" que a subsidiária do grupo russo Gazprom, GSA, não armazene, apontou Gewessler. "Se a Gazprom não faz nada", outros fornecedores alternativos terão acesso às infraestruturas. "Justifica-se inteiramente", acrescentou.
A Áustria anunciou hoje uma taxa de armazenamento de 26%, para uma capacidade total de 95,5 Terawatts-hora, superior à média europeia e ao seu consumo anual (89 TWh).
O objetivo é chegar a "pelo menos 80% antes do início da época do frio", indicou o Governo em comunicado.
Estas medidas devem ser aprovadas nos próximos dias por uma maioria de dois terços sob a forma de alteração à atual lei e representam uma viragem estratégica para o país, que tem mantido fortes laços industriais com Moscovo.
A Áustria foi o primeiro país ocidental a assinar um contrato para fornecimento de gás com a União Soviética em 1968 e as importações têm continuado a aumentar nos últimos anos, apesar da anexação da Crimeia pela Rússia em 2014.
O grupo austríaco OMV renovou em 2018 o seu contrato de fornecimento com a Gazprom até 2040.
Moscovo já cortou o gás à Polónia e à Bulgária por se recusarem a pagar as faturas em rublos, como era exigido por Moscovo, em resposta às sanções impostas pela União Europeia na sequência da invasão russa da Ucrânia.
A União Europeia pediu aos Estados-membros para reduzirem a sua dependência até 2027.
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