O ministro dos Negócios Estrangeiros da Áustria, Alexander Schallenberg, reiterou, esta quarta-feira, que o país irá manter o seu estatuto neutro. A posição do ministro surgiu numa altura em que a Suécia e a Finlândia reformulam a sua política externa e abandonam a neutralidade para aderir à aliança transatlântica NATO.
“A situação para nós parece ser um pouco diferente”, afirmou Schallenberg, em entrevista à rádio alemã Deutschlandfunk. Em causa, apontou, está um “esmagador” apoio público à neutralidade austríaco.
Contudo, o governante frisa que o país irá continuar a fornecer apoio humanitário à Ucrânia na sequência da invasão russa, em vez de armamento. “Estamos a ajudar em grande escala, mas não com munições de guerra e penso que a ajuda à Ucrânia não pode ser reduzida apenas a munições de guerra”, justificou.
Já ontem, Schallenberg afirmou, antes de uma reunião da União Europeia em Bruxelas, que a "Áustria permancerá neutra", mas considerou que a "estratégia de Vladimir Putin, com a adesão da Finlândia e da Suécia na NATO, escorregou pelas suas maus".
Esta quarta-feira, os embaixadores da Finlândia e da Suécia junto da NATO entregaram os pedidos de adesão dos dois países à organização, no que o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, classificou como um momento "histórico".
Assinala-se, esta quarta-feira, o 84.º dia da invasão russa da Ucrânia. Segundo os mais recentes dados confirmados pela Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta que o número real pode ser muito superior, 3.752 civis morreram e outros 4.062 ficaram feridos desde o início da invasão.
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