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Polémica na Bósnia sobre número de crianças mortas no cerco a Sarajevo

Uma forte polémica instalou-se na Bósnia em torno do número de crianças mortas durante o cerco a Sarajevo (1992-1995), após um comentador questionar o número oficial das jovens vítimas, sendo acusado de "provocação" e ameaçado nas redes sociais.

Polémica na Bósnia sobre número de crianças mortas no cerco a Sarajevo
Notícias ao Minuto

18:07 - 12/05/22 por Lusa

Mundo Bósnia

Segundo os números oficiais, 1.601 crianças foram mortas entre 1992 e 1995 na capital quase totalmente cercada pelas forças sérvias bósnias.

Conhecido pela forma incisiva como denuncia as manipulações sobre o número de vítimas durante a guerra civil na Bósnia-Herzegovina, em particular emitidas pelos responsáveis da comunidade sérvia bósnia, de onde provém, Srdjan Puhalo criticou recentemente os dirigentes bosníacos (muçulmanos) e os 'media' de Sarajevo sobre a mesma questão.

"Provem que foram mortas 1.601 crianças durante o cerco a Sarajevo ou deixem de utilizar esse número", como foi divulgado pelos 'media' e responsáveis políticos em 05 de maio por ocasião do dia da comemoração das crianças mortas, indicou num dos seus artigos.

"Com a melhor intenção de prestar homenagem às crianças de Sarajevo mortas, faz-se constantemente referência a um facto que simplesmente nunca foi provado", afirmou. "De acordo com investigações documentadas, foram mortas muito menos crianças".

"O Livro bósnio dos mortos", editado e divulgado em 2007 pelo Centro de documentação e pesquisa de Sarajevo (IDC), uma instituição independente, estabeleceu em 643 o número de crianças (dos zero aos 18 anos) mortos durante o cerco, num total de 11.541 vítimas.

Já o monumento dedicado às crianças mortas durante o cerco, inaugurado em 2010, inclui 521 nomes.

O texto de Srdjan Puhalo suscitou fortes reações em Sarajevo, com destaque particular nas redes sociais onde recebeu ameaças de morte, denunciadas pela associação de jornalistas bósnios e que exortou a polícia a identificar os autores.

"Derrama-se sal sobre as feridas abertas dos pais", declarou aos 'media' locais Fikret Grabovica, presidente da associação de pais e crianças mortas no cerco. Na sua perspetiva, tratou-se de uma "vergonhosa provocação".

Grabovica indicou que os nomes inscritos no monumento são os das crianças declaradas "voluntariamente" à associação pelos seus pais, e que o número de 1.601 crianças provém de um documento publicado em 1996 pelas autoridades sanitárias.

[Notícia atualizada às 20h39 de 16 de maio]

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