Confirmada pena de prisão para dirigente da oposição turca em Istambul

Um tribunal de Istambul condenou hoje uma responsável local do Partido Republicano do Povo (CHP), principal força da oposição, a uma pena de quatro anos e 11 meses de prisão, indicou à agência noticiosa AFP um responsável do partido.

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Lusa
12/05/2022 15:38 ‧ 12/05/2022 por Lusa

Mundo

Istambul

Canan Kaftancioglu, opositora ao Presidente Recep Tayyip Erdogan, foi condenada em primeira instância em setembro de 2019 a perto de dez anos de prisão, designadamente por "propaganda terrorista" e "insulto ao chefe de Estado".

Não foi revelado se seria enviada de imediato para a prisão.

A responsável do CHP em Istambul, 50 anos, permaneceu em liberdade durante os procedimentos em recurso.

O chefe do partido, Kemal Kilicdaroglu, apelou hoje aos 135 deputados do CHP, a segunda formação no Parlamento após o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) do Presidente Recep Tayyip Erdogan, a reunirem-se na sede da delegação do partido em Istambul.

Kaftancioglu foi condenada devido a 'tweets' publicados entre 2012 e 2017, relacionados com as grandes manifestações antigovernamentais de 2013 - o designado "movimento de Gezi" - e a tentativa de golpe de Estado em julho de 2016.

A responsável do CHP não deixou de denunciar um "processo político" destinado a puni-la pelo seu desempenho na vitória da oposição nas municipais de Istambul em 2019.

Na ocasião, Kaftancioglu foi considerada uma das principais mentoras das vitoriosas campanhas de Ekrem Imamoglu, candidato do CHP que por duas vezes derrotou o rival do AKP em Istambul, após a anulação do primeiro escrutínio em condições controversas.

Esta decisão surge menos de um mês após a condenação do mecenas Osman Kavala, detido desde 2017, a prisão perpétua efetiva.

O empresário e filantropo foi acusado de ter tentado derrubar o Governo, o que sempre negou.

Outas sete pessoas, incluindo advogados, realizadores ou arquitetos, que compareceram em simultâneo no tribunal, foram condenados a 18 anos de prisão, acusados de lhe terem fornecido apoio, apesar de terem negado qualquer relação com Kavala.

Leia Também: 1.º Maio: Dezenas de pessoas detidas em Istambul

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