Áustria encerra fundo de compensação para vítimas do nazismo
A Áustria dissolveu esta terça-feira o fundo de compensação para vítimas do nazismo, criado em 2001, considerando que este cumpriu "plenamente a sua tarefa" depois de ter entregado mais de 200 milhões de euros.
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Mundo Áustria
"Na reunião de hoje, o seu conselho de administração considerou que o fundo deveria ser dissolvido nos termos da lei", referiu, em comunicado citado pela agência de notícias France-Presse (AFP), o organismo responsável pela sua gestão.
Mais de 30.000 casos apresentados por pessoas vítimas do nazismo, ou os seus descendentes, foram investigados.
"No total, o fundo pagou mais de 200 milhões de euros (em compensações) a cerca de 25 mil beneficiários", salientou ainda.
O fundo foi responsável por investigar os pedidos de restituição de bens adquiridos legalmente após a guerra pelas comunidades ou pelo Estado austríaco, na sequência da espoliação dos judeus pelos nazis durante a anexação daquele país pelo Terceiro Reich.
"Foram apresentadas mais de 2.300 candidaturas" neste contexto e "140 preencheram os critérios", no valor de 48 milhões de euros, adiantou ainda a entidade gestora do fundo.
A Áustria, que se tornou um país próspero durante os Trinta Gloriosos (décadas de 50, 60 e 70 do século passado), tomou a decisão histórica de criar um fundo de compensação após décadas de negação da sua responsabilidade pelos crimes do nacional-socialismo.
Sobreviventes e descendentes nos Estados Unidos avançaram com processos judiciais, acusando indivíduos e comunidades de se terem aproveitado das espoliações para enriquecerem impunemente.
Após o regresso ao poder, em 2000, do partido de extrema-direita Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), liderado por Jörg Haider, fundado por ex-SS[grupo paramilitar nazi], aumentou a pressão de Washington e dos aliados na União Europeia (UE) para a Áustria reconhecer esta realidade histórica e tirar dela consequências financeiras.
Em 2001, finalmente, foi concluído um acordo entre os Estados Unidos e a Áustria, em Washington, que constituiu um marco histórico memorial para o país onde nasceu o ditador nazi Adolf Hitler.
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