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Nobel da Paz russo atacado com tinta vermelha e acetona em comboio

As autoridades russas estão agora à procura dos dois responsáveis pelo ataque, segundo confirmou a agência TASS junto do Ministério da Administração Interna da Rússia.

Nobel da Paz russo atacado com tinta vermelha e acetona em comboio

Dmitry Muratov, o jornalista russo vencedor do Prémio Nobel da Paz de 2021, distinção que recebeu juntamente com a jornalista filipina Maria Ressa, foi atacado com tinta vermelha a óleo e acetona, esta quinta-feira, enquanto seguia num comboio com destino a Samara, vindo de Moscovo.

“Deitaram tinta a óleo e acetona no compartimento. Os meus olhos estão a arder imenso”, cita o Novaya Gazeta Europe, um projeto criado pelos jornalistas do Novaya Gazeta, após o anúncio da suspensão do mesmo, devido à pressão por parte das autoridades russas.

“Muratov, esta é para ti, dos nossos meninos”, terá gritado um dos atacantes, de acordo com o órgão.

Fotografias publicadas pelo Novaya Gazeta, no Telegram, mostram Muratov coberto de tinta vermelha, assim como o compartimento do comboio onde seguia.

As autoridades russas estão agora à procura dos dois responsáveis pelo ataque, segundo confirmou a agência TASS junto do Ministério da Administração Interna da Rússia. Ainda assim, o jornal avançou que o ataque foi reivindicado "pelos criadores do canal do Telegram paraquedistas Soyuz Z".

A TASS relata que dois homens “com máscaras cirúrgicas” entraram no vagão do comboio na estação de Kazansky, sendo que “um deles entrou no compartimento e derramou tinta vermelha sobre o passageiro que lá estava”. “Imediatamente depois, os dois suspeitos correram para a plataforma e desapareceram”, informa o meio de comunicação russo.

O alto representante da União Europeia (UE) para a Política Externa e Segurança, Josep Borrel, classificou o ataque a Muratov como "inaceitável", na sua conta da rede social Twitter.

"Isto é completamente inaceitável e mais um ataque à segurança dos jornalistas e à liberdade dos meios de comunicação na Rússia", considerou o responsável, assegurando que a UE continuará a apoiar o jornalismo russo independente.

Recorde-se que Muratov, também galardoado em 2007 pelo Comité de Proteção de Jornalistas (CPJ), decidiu suspender a publicação do meio independente que fundou e edita, o Novaya Gazeta, depois de ter recebido um segundo aviso por parte do regulador russo, Roskomnadzor, que proibiu os termos "guerra" ou "invasão" na imprensa russa. A suspensão, que teve início a 28 de março, ficará em vigor até ao final da “operação especial russa” na Ucrânia – termo utilizado pela Rússia para descrever o conflito.

[Notícia atualizada às 22h28]

Leia Também: Jornalistas são vítimas de agressões de vários tipos na Ucrânia

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