"O tribunal condena Muhammad Mubarak Bala a 24 anos de prisão", disse o juiz do Supremo Tribunal de Kano Faruk Lawan, após o julgamento, que começou hoje de manhã.
Muhammad Mubarak Bala, 37 anos, presidente da Associação Humanista da Nigéria, foi preso em abril de 2020 por escrever mensagens na rede social Facebook a criticar o Islão e o seu profeta.
O tribunal decidiu que as mensagens poderiam minar a ordem pública no norte muçulmano conservador da Nigéria, onde a lei islâmica Sharia (um conjunto de normas que deriva de orientações do Corão) é aplicada, a par da lei ordinária.
O ativista confessou-se culpado em tribunal de todas as 18 acusações.
O seu advogado, James Ibor, opôs-se ao seu pedido de desculpas e perguntou ao juiz se podia falar com o seu cliente, um pedido que lhe foi concedido.
"Queria ter a certeza de que ele não estava sob qualquer influência ou intimidação", disse James Ibor à agência AFP.
Mas quando o julgamento foi reiniciado, Muhammad Mubarak Bala confessou novamente a culpa e pediu "misericórdia e clemência" ao tribunal.
"O objetivo das minhas publicações não era o de causar violência, mas percebi que podiam. Terei cuidado no futuro", disse Bala, que apareceu de boa saúde.
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