Faisal Mekdad falava aos jornalistas no aeroporto de Damasco, logo após o seu homólogo iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, ter chegado à Síria para manter conversações com altos funcionários do país.

O Irão é um dos principais aliados do Presidente sírio, Bashar al-Assad, e Teerão enviou milhares de combatentes para reforçar as tropas do Governo sírio contra os opositores, numa guerra que já dura há 11 anos.

A Rússia também tem apoiado Assad militarmente neste conflito, que já matou cerca de meio milhão de pessoas e deslocou metade da população do país que tinha 23 milhões de habitantes em 2011.

"Vamos discutir hoje os grandes desenvolvimentos da operação militar da Rússia na Ucrânia", disse Mekdad.

"Conversaremos sobre o que está por trás disso e discutiremos as nossas posições mútuas em relação a esses desenvolvimentos", acrescentou.

Durante a sua visita, Amir-Abdollahian também deve discutir os últimos desenvolvimentos das negociações para restaurar o acordo nuclear iraniano com as potências mundiais.

As negociações para restaurar o pacto de 2015 estavam quase concluídas no início deste mês, quando Moscovo exigiu que o seu comércio com o Irão ficasse isento de sanções ocidentais devido à guerra na Ucrânia. Os negociadores ainda não voltaram a reunir-se em Viena e não é claro quais os obstáculos que ainda poderão encontrar.

Amir-Abdollahian disse - em farsi - que as relações estratégicas entre o Irão e a Síria estão no seu melhor momento. Posteriormente, fez um comentário em árabe: "Estamos na mesma trincheira e apoiamos a liderança, o Governo e o povo da Síria".

Assim como o Irão, a Rússia é um forte aliado da Síria e entrou na guerra em 2015, ajudando as forças de Bashar al-Assad a recuperar o controlo de grande parte do país. Além de centenas de tropas destacadas na Síria, a Rússia dispõe também de uma base aérea na costa do Mediterrâneo.

A visita de Amir-Abdollahian também ocorre duas semanas após dois membros da Guarda Revolucionária do Irão terem sido mortos num ataque israelita perto da capital Damasco.

Dias depois, o Irão assumiu a responsabilidade por um ataque com mísseis que atingiu uma zona próxima do complexo do consulado dos Estados Unidos no norte do Iraque, sublinhando que era uma retaliação por repetidos ataques israelitas na Síria.

A Guarda Revolucionária disse que disparou 12 mísseis de cruzeiro contra um suposto "centro estratégico" dos serviços de informações israelitas Mossad, uma informação negada pelas autoridades iraquianas.

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