Nicarágua formaliza retirada de funções ao embaixador em Espanha
O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, formalizou hoje a retirada de funções a Carlos Antonio Midence como embaixador do país em Espanha, por "ameaças de ingerências", noticiou o Diário Oficial La Gaceta.
© Reuters
Mundo Daniel Ortega
Através de um acordo presidencial, Ortega deixou sem efeito a nomeação de Midence para o cargo de embaixador extraordinário e plenipotenciário da República da Nicarágua no Reino de Espanha, com residência em Madrid, para o qual tinha sido nomeado a 21 de setembro de 2016.
A 10 de março, o Governo da Nicarágua, através do seu Ministério das Relações Exteriores, comunicou a retirada de funções de Midence, um intelectual sandinista, historiador e académico, "em resposta a contínuas pressões e ameaças de ingerências sobre o embaixador" por parte de Espanha, "que tornam impossível o exercício da sua atividade diplomática".
Midence foi convocado na semana passada pelo secretário de Estado para Ibero-América, Caribe e Espanhol no Mundo, Juan Fernández Trigo, para expressar-lhe o seu desconforto pela recusa do governo de Ortega em permitir o regresso da embaixadora espanhola María del Mar Fernández-Palacios à Nicarágua.
A 11 de agosto de 2021, o Governo de Pedro Sánchez convocou a embaixadora María del Mar Fernández-Palacios para consultas em resposta a um comunicado publicado na véspera, pelo Ministério das Relações Exteriores da Nicarágua, que continha, segundo o Ministério das Relações Exteriores espanhol, "falsidades sobre processos judiciais e eleitorais" na Espanha.
Por seu turno, na sexta-feira passada, o chanceler espanhol José Manuel Albares disse que a decisão da Nicarágua de retirar o seu embaixador de Madrid é "mais um capítulo na fuga para a frente de Ortega".
Albares lembrou que o presidente nicaraguense "tem uma sanção moral e política da comunidade internacional", que considera que as eleições pelas quais renovou o seu mandato pela quinta vez, em novembro, foram "uma zombaria" e trouxeram-lhe "sanções reais".
A Nicarágua vive uma crise política e social desde abril de 2018, que se acentuou após as polémicas eleições nas quais Ortega foi reeleito para o seu quinto mandato - quarto consecutivo e segundo juntamente com a esposa, Rosario Murilo - como vice-presidente, e os seus principais opositores na prisão.
A tensão entre os executivos dos dois países e o cruzar de acusações começou meses antes, motivados pelas detenções de líderes opositores, aos quais a Espanha reagiu com protestos enérgicos.
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