À medida que a tensão aumenta entre a Ucrânia e a Rússia, aumenta a preocupação mundial sobre uma possível guerra com os dois países como protagonistas. A Europa e os Estados Unidos já se manifestaram contra uma invasão russa e chegaram a ameaçar com sanções económicas e não só. No meio de tudo isto, que papel tem o gasoduto Nord Stream 2?
O gasoduto Nord Stream 2 pode ser a moeda de troca para evitar a invasão russa. Este é um projeto de 1.200 km que vai do oeste da Rússia ao nordeste da Alemanha sob o mar Báltico e foi projetado para fluir a quantidade de gás natural da Rússia diretamente para a Alemanha, contornando assim a Ucrânia.
A empresa estatal russa de gás Gazprom é a proprietária do gasoduto, tendo assumido mais de metade dos custos do projeto multibilionário de cerca de 9,5 mil milhões de euros.
O projeto foi concluído em setembro, mas permanece num impasse uma vez que a Gazprom aguarda a aprovação dos reguladores europeus antes de poder abrir as torneiras e começar a bombear gás. Se for concretizado, o gasoduto poderá bombear 55 bilhões de metros cúbicos de gás para a Alemanha anualmente.
Visto que a aprovação depende dos reguladores europeus, este gasoduto poderá ser a chave para travar os avanços russos, visto que lhes causará altos custos caso avance. Para a Rússia, o gasoduto é importante, uma vez que bombeia gás diretamente para a Europa, evitando os custos de envio pela Ucrânia.
O uso do Nord Stream 2 é, no entanto, polémico. Os EUA temem que o projeto torne a Europa muito mais dependente da energia russa dando poder ao presidente russo Vladimir Putin.
Também a Ucrânia e a Polónia apelaram à Alemanha para que impeça a Rússia de utilizar o gasoduto Nord Stream 2 como uma "arma híbrida" contra os dois países e a União Europeia (UE).
O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, disse que ao permitir a entrada em funcionamento do gasoduto, a Alemanha estará a entregar a Putin, uma "arma que poderá utilizar para chantagear toda a Europa".
O que é certo é que Joe Biden, presidente dos EUA, já começou a mobilizar tropas para a Polónia, Alemanha e Roménia, numa tentativa de conter uma possível invasão russa contra a Ucrânia.
A movimentação destes militares acontece dias após a Casa Branca ter aprovado o destacamento de militares adicionais.
Leia Também: Putin acusa EUA de atrair a Rússia para a guerra