ONG acusa China de repatriação "ilegal" de pessoas foragidas à justiça

A China usa métodos extrajudiciais para repatriar pessoas acusadas de corrupção e de outros crimes que estão foragidas à justiça, incluindo "operações ilegais" em países estrangeiros, denunciou uma organização não-governamental (ONG), citada hoje pelas agências internacionais.

China, bandeira, bandeira chinesa

© Reuters

Lusa
19/01/2022 14:16 ‧ 19/01/2022 por Lusa

Mundo

Safeguard Defenders

Segundo a Safeguard Defenders, uma ONG de defesa dos Direitos Humanos com sede em Madrid e fundada por um sueco que esteve detido numa prisão chinesa, "quase todos" dos cerca de 10.000 fugitivos que oficialmente regressaram à China desde 2014 foram por estes meios.

Este número será apenas a "parte visível do iceberg", indicou o relatório da ONG, publicado na terça-feira.

Oficialmente, as pessoas visadas fazem parte da campanha anticorrupção lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping.

Mas, de acordo com a Safeguard Defenders, as pessoas que criticam o Partido Comunista Chinês (PCC) também estão a ser pressionadas a regressar à China.

Para trazer de volta todos esses "fugitivos", o regime de Pequim, além de pedidos de extradição, está a usar meios extrajudiciais.

"Agentes chineses" fazem "operações ilegais" no estrangeiro, disfarçados, para convencer, intimidar ou mesmo raptar as pessoas procuradas, assegurou o documento da ONG, citado pela agência francesa France-Presse (AFP).

Em muitos casos, as autoridades chinesas assediam, ou detêm, os familiares desses "fugitivos" que permaneceram na China, a fim de forçá-los a regressar ao país.

Algumas pessoas procuradas também terão sido levadas para países terceiros com acordos de extradição com a China, a fim de facilitar a sua captura.

Pequim lançou em 2014 a operação "Fox Hunt" para repatriar criminosos. No ano seguinte, foi lançada a operação "Sky Net", maior em termos de abrangência.

A China tem sido acusada de realizar vários sequestros.

Em 2015, Gui Minhai, um chinês sueco naturalizado que vendia livros com conteúdo polémico sobre líderes chineses, desapareceu na Tailândia antes de reaparecer detido na China.

Em 2017, o bilionário Xiao Jianhua desapareceu de um hotel de Hong Kong. Ainda não se sabe onde está.

A Safeguard Defenders foi fundada por Peter Dahlin, um ativista sueco que morou anteriormente em Pequim (2009-2016) para formar defensores dos Direitos Humanos.

O ativista esteve detido por três semanas, acusado de minar a segurança nacional, antes de ser deportado.

A ONG realizou o relatório agora conhecido com base em entrevistas, documentos oficiais chineses e artigos da imprensa chinesa e estrangeira.

Leia Também: Human Rigths acusa China de minar vida de milhares de cambojanos

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