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Em Timor, instalações para infetados são agora usadas no surto de dengue

Locais usados para acolher pessoas infetadas e em quarentena durante a pandemia da covid-19 estão a ser agora utilizados em Timor-Leste para receber o grande número de doentes devido ao surto de dengue na capital, disse hoje fonte oficial.

Em Timor, instalações para infetados são agora usadas no surto de dengue
Notícias ao Minuto

10:37 - 19/01/22 por Lusa

Mundo Covid-19

"Estamos preocupados com a falta de espaço para acolher pacientes com dengue. E se Vera Cruz ficar sobrelotada poderemos vir a usar o espaço de Tasi Tolu, que é uma boa alternativa", disse aos jornalistas a diretora-geral de Prestação de Serviços de Saúde, Odete Viegas.

O centro de Vera Cruz foi usado para acolher pacientes moderados e graves e o centro de Tasi Tolu foi usado para quarentena.

O país está atualmente com valores baixos de casos da covid-19, com apenas 15 casos ativos em todo o país e sem qualquer hospitalização, com um total de 122 mortos e 19.866 casos registados desde o início da pandemia.

As novas medidas do Governo surgem quando as infraestruturas médicas da capital estão a esticar ao máximo para responder ao surto, que já causou 10 mortes no país desde o início do ano, o mesmo número de óbitos registado pela doença durante todo o ano de 2020 e menos um que em 2021.

Dados do Ministério da Saúde indicam que desde 01 de janeiro já se registaram 593 casos, o que equivale a mais de metade dos 901 casos registados durante todo o ano passado.

O Ministério da Saúde registou quatro mortes em Ermera, duas em Covalima e Díli e uma cada em Ainaro e Bobonaro.

A taxa de mortalidade mais elevada, de 14,3% (mortos por número de casos), regista-se em Bobonaro, seguindo-se Covalima com 8,3% e Ermera com 7%, com a taxa de mortalidade a nível nacional a ser de 1,7% comparativamente aos 1,2% de 2021 ou 0,7% de 2020.

Além de problemas de infraestruturas, o sistema de saúde está a deparar-se com carências de médicos e outros profissionais de saúde, com a situação que se poderá "agravar", segundo Odete Viegas, nos próximos meses.

Neste quadro, as autoridades estão a recorrer a organizações como a Cruz Vermelha de Timor-Leste (CVTL) e a médicos da brigada cubana.

Historicamente, os primeiros e os últimos meses do ano são os que registam maior incidência de dengue, devido à época das chuvas, quando os mosquitos proliferam.

Os dados do Governo mostram que o surto atual de dengue começou no início de dezembro, com 225 casos registados nesse mês.

A maioria dos casos (349) é febre dengue, com 31 casos de febre hemorrágica e 32 de "síndrome de dengue choque", sendo estas duas as situações mais graves.

O relatório do Ministério da Saúde explica que a grande maioria dos casos afetam menores de 14 anos, com 45,7% dos casos registados em crianças com entre 5 e 14 anos, 34% entre crianças com idades entre 1 e 4 anos e 7,7% entre menores de 1 ano.

A dengue, uma doença viral transmitida por mosquitos Aedes, tem um período de incubação após a picada do inseto que pode variar entre três e 14 dias, sendo tipicamente de quatro a sete dias.

É geralmente acompanhada por sintomas como dor de cabeça, febre, exaustão, dores musculares e articulares severas, glândulas inchadas, vómitos e erupções cutâneas, com casos que variam desde infeções assintomáticas a quadros febris e síndromes hemorrágicos com choque, os mais graves.

Ao contrário da dengue, Timor-Leste registou êxitos significativos no combate a outra doença transmitida por mosquitos, a malária, com o país sem registar qualquer morte desde 2017, zero casos em 2018 e 2019 e apenas três casos de infeção em 2020.

Leia Também: Timor-Leste regista mais dois mortos em surto de dengue que assola o país

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