As 191 mobilizações convocadas pela Sare em localidades do País Basco espanhol, Navarra e País Basco francês substituíram este ano a tradicional manifestação que se realiza após o Natal na cidade de Bilbau a favor dos direitos dos presos da ETA, desconvocada por causa da pandemia da covid-19.
Em Bilbau, várias centenas de pessoas reclamaram uma amnistia geral e o regresso dos presos ao País Basco, acompanhadas por representantes do partido nacionalista basco EH Bildu e partidos e organizações independentistas catalãs.
"Não podemos aceitar e custa-nos a crer que, após mais de uma década sem violência patente, tenhamos que continuar a reivindicar algo tão elementar como que os presos, que estão a cumprir penas regeneradoras, não tenham direitos estabelecidos em tratados internacionais, na Constituição espanhola e nas leis", lê-se numa declaração dos organizadores.
Apontam que não estão a pedir "qualquer privilégio", mas "justiça, apenas justiça" e "direitos humanos".
Na cidade de San Sebastián, mais de 2.000 pessoas responderam à convocatória, com cartazes em que pediram o regresso dos presos bascos da ETA e uma amnistia.
O presidente do Partido Popular no País Basco, Carlos Iturgaiz, criticou a realização das manifestações, que acusou de quererem "pôr na rua os criminosos da ETA, sem pagarem pelos abomináveis assassinatos que esses selvagens cometeram".
A ETA foi fundada em 1959 como um grupo de promoção da cultura basca, tendo evoluído no final da década de 1960 para uma organização paramilitar separatista, lutando pela independência da região histórica do País Basco ao mesmo tempo que assumia uma ideologia marxista-leninista revolucionária.
A organização foi classificada como terrorista pelos Governos da Espanha, França, Reino Unido, Estados Unidos e também pela União Europeia (UE).
Depois de mais de 50 anos de violência e de ter matado um número superior a 800 pessoas, a ETA anunciou a "cessação definitiva da luta armada" em outubro de 2011.
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