Esta manifestação num país autoritário onde este tipo de manifestação é raro, segue-se a um movimento de cólera que ocorreu em várias cidades do país desde domingo.
Dois jornalistas da AFP, que viram hoje os disparos da polícia para dispersar a multidão em Almaty, juntaram pelo menos cinco mil participantes nesta manifestação.
As redes sociais Whatsapp, Telegram e Signal estavam inacessíveis à noite.
O movimento de protesto começou no domingo, depois de uma subida do preço do gás natural liquefeito (GNL), na cidade de Janaozen, no oeste do país, antes de se estender à grande cidade regional Aktau, nas margens do Mar Cáspio.
Hoje à noite, as autoridades procuraram acalmar a situação, concedendo uma redução do preço do GNL, fixando-o em 50 tenges (0,1 euro) o litro na região, dos 120 em vigor desde o início do ano.
Esta decisão não levou os manifestantes a dispersar, que querem falar com o presidente. A imprensa local divulgou imagens com milhares de contestatários cercados pela polícia.
O Cazaquistão, primeira economia da Ásia Central e habituada a taxas de crescimento de dois dígitos, está a sofrer com a descida dos preços do petróleo e a crise económica na Federação Russa, que conduziu à desvalorização do tenge e provocou uma forte inflação.
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