Os manifestantes, furiosos com a subida dos preços do gás natural, saíram às ruas no fim de semana na cidade de Zhanaozen - na zona central da região oeste de Mangystau, rica em petróleo - e o protesto espalhou-se para a grande cidade regional de Aktau, no Mar Cáspio.
Na rede social Twitter, o Presidente Kassym-Jomart Tokayev disse hoje que uma comissão governamental, incluindo membros do seu gabinete, "começou a trabalhar" em Aktau.
"A comissão está instruída para encontrar uma solução mutuamente aceitável para o problema levantado, no interesse da estabilidade do país", disse Tokayev.
"As agências encarregadas da aplicação da lei estão instruídas para garantir que não haja perturbação da ordem pública. Os manifestantes devem mostrar responsabilidade e disposição para dialogar", afirmou o Presidente.
As imagens divulgadas nas redes sociais mostraram a polícia a cercar os manifestantes em Aktau na noite de segunda-feira.
A cidade de Zhanaozen foi, no passado, palco dos distúrbios mais sangrentos que abalaram o Cazaquistão desde a sua independência da União Soviética (URSS) em 1991.
Em 2011, pelo menos 14 trabalhadores do setor petrolífero em greve foram mortos quando a polícia reprimiu uma manifestação contra as condições de trabalho e salários.
Tokayev, no poder desde 2019, foi escolhido como sucessor pelo líder histórico Nursultan Nazarbaiev, de 81 anos, que governou o Cazaquistão durante trinta anos.
No entanto, Nazarbaiev manteve-se como presidente do partido e do conselho de segurança nacional. Também manteve o título de "Líder da Nação", o que lhe confere, a ele e à sua família, importantes prerrogativas e imunidade judicial.
No dia 23 de novembro, Nursultan Nazarbaiev declarou que iria entregar as rédeas do partido no poder ao seu sucessor, Kassym-Jomart Tokayev.
Nazarbaiev "tomou a decisão de transferir [para Tokayev] os poderes do presidente do partido Nur Otan, sublinhando que o partido deve ser liderado pelo presidente da nação", disse o porta-voz do ex-Presidente, citado pela agência de notícias France-Presse.
Em sua homenagem após abandonar a chefia do Estado, o governo mudou o nome da capital, Astana, para Nursultan.
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