Cinco palestinianos mortos em pontos de distribuição de alimentos em Gaza

Pelo menos mais cinco cidadãos de Gaza morreram hoje enquanto esperavam nos novos pontos de distribuição de alimentos na Faixa de Gaza, e outros 85 ficaram feridos, informaram à EFE fontes médicas no enclave.

Faixa de Gaza

© Mahmoud Issa/Anadolu via Getty Images

Lusa
08/06/2025 09:57 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

A primeira vítima mortal foi registada no ponto de distribuição de Wadi Gaza, no centro da Faixa de Gaza.

 

Civis famintos acorreram a este local depois de a Fundação Humanitária para Gaza (GHF, na sigla em inglês), apoiada pelos Estados Unidos e responsável pela sua gestão, ter anunciado nas redes sociais que o centro abriria às 05:00, após ter estado encerrado durante todo o dia anterior.

Após uma hora de distribuição de alimentos, a GHF anunciou que o centro seria novamente encerrado.

Nesse momento, registaram-se distúrbios e seguranças norte-americanos da fundação lançaram gás pimenta contra o grupo de habitantes de Gaza. Pouco depois, o exército israelita abriu fogo nas imediações do ponto de distribuição, segundo testemunhas.

Os disparos causaram a morte a uma pessoa e provocaram ainda 15 feridos, que foram transportados para o hospital al-Awda, em Nuseirat (centro da Faixa de Gaza), indicaram fontes hospitalares.

Vários residentes disseram à EFE que há uma discrepância entre os horários anunciados pela GHF para recolher alimentos e os toques de recolher impostos pelo exército israelita nestas zonas, consideradas "áreas militares", o que coloca as suas vidas em risco.

As outras quatro vítimas mortais foram registadas nas imediações do centro de distribuição de Tel al-Sultan, na cidade de Rafah, no sul da Faixa, onde muitos civis se concentraram por volta das 05:00, na expectativa de que esse centro, tal como o de Wadi Gaza, reabrisse.

O responsável pelo registo de vítimas do Ministério da Saúde de Gaza, Zaher al-Waheidi, confirmou à agência noticiosa espanhola EFE os quatro mortos junto ao centro de Rafah.

Fontes médicas indicaram ainda que cerca de 70 pessoas ficaram feridas na mesma zona, tendo sido transferidas para o hospital Naser, nas proximidades.

No sábado, a fundação privada explicou que não conseguiu abrir os centros devido a ameaças do grupo Hamas. Segundo a GHF, o grupo islamita estará a tentar boicotar o projeto para manter o controlo sobre a distribuição da ajuda humanitária no enclave.

A ONU e a maioria das organizações humanitárias rejeitaram este sistema, alegando que obriga os palestinianos a percorrer quilómetros para obter ajuda em poucos pontos (anteriormente, a ONU e outras entidades distribuíam alimentos em cerca de 200 locais ao longo da Faixa de Gaza) e que carece da neutralidade necessária.

A guerra em Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes realizado a 07 de outubro de 2023 por comandos do movimento islâmico palestiniano Hamas infiltrados a partir da Faixa de Gaza, vizinha do sul de Israel. O ataque provocou, segundo Israel, mais de 1.200 mortes e o sequestro de cerca de 250 pessoas.

Israel lançou uma ofensiva de retaliação destrutiva em Gaza, que mantém sitiada desde o início da guerra, com o objetivo declarado de assumir o controlo do território, destruir o Hamas e forçá-lo a libertar os reféns sequestrados no dia do ataque e levados para Gaza. 

A retaliação israelita já provocou quase 55.000 mortos, na maioria civis.

Leia Também: Novo balanço dos ataques israelitas a Gaza aponta para 35 mortos 

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