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Político que pediu 'Gestapo' para os sindicatos gera revolta na Argentina

As declarações de 2017 de um antigo ministro do Trabalho da província de Buenos Aires, divulgadas recentemente, em que criticava o sindicatos e aludia à necessidade de "uma Gestapo" contra estes, estão a gerar revolta na Argentina.

Político que pediu 'Gestapo' para os sindicatos gera revolta na Argentina
Notícias ao Minuto

06:27 - 29/12/21 por Lusa

Mundo Argentina

"Se pudesse ter uma Gestapo, uma força para acabar com todos os sindicatos, utilizava-a", referiu naquela altura Marcelo Villegas, antigo ministro do Governo de Buenos Aires, liderado por María Eugenia Vidal entre 2015 e 2019, do mesmo partido do ex-Presidente da Argentina, durante o mesmo período, Mauricio Macri.

O vídeo com as declarações foi apresentado na segunda-feira na Justiça pela Agência Federal de Inteligência (AFI) da Argentina, noticia a agência EFE.

Naquele vídeo de 2017, Marcelo Villegas está reunido com outras autoridades e empresários, supostamente a planearem uma estratégia para promoverem ações judiciais contra sindicalistas locais.

Nas imagens, Marcelo Villegas manifesta a necessidade de "construir previamente uma série de elementos para a promoção de uma ação judicial" e faz referência à necessidade de uma Gestapo, a polícia secreta nazi.

A responsável da AFI, Cristina Caamaño, destacou que as imagens demonstram "perseguição judicial" e que esta era uma prática da "máfia de Vidal que fazia parte da máfia do ex-Presidente Macri".

Os denunciantes afirmaram que a filmagem foi descoberta em 23 de dezembro, durante a "organização e manutenção de material informático em utilização".

Cristina Caamaño acrescentou que a gravação apareceu naquela agência na semana passada.

Marcelo Villegas expressou, citado pelo 'site' de notícias Infobae, "profundas e sinceras desculpas" pelas declarações em que refere a Gestapo e garantiu que aquelas declarações estão longe de expressar a sua forma de "sentir, pensar e agir".

O ex-ministro da província de Buenos Aires questionou, no entanto, a origem das imagens e que "em plena democracia" sejam utilizadas "práticas ilegais e escutas telefónicas".

Estas declarações de 2017 resultaram em repúdio por parte de dirigentes sindicais, políticos e organizações da comunidade judaica.

A Delegação das Associações Israelitas Argentinas (DAIA) repudiou as declarações do ex-governante sobre a Gestapo, acusando de "banalizar o Holocausto de forma indecente".

A oposição política também se manifestou contra as declarações e a porta-voz do Governo referiu que "a simples menção de uma 'Gestapo para acabar com o sindicalismo' lembra os piores tempos" da Argentina.

"O estado de direito deve governar para todos, independentemente da sua ideologia. É um debate que a sociedade argentina estabeleceu quando abraçou a democracia em 1983", salientou Gabriela Cerruti.

Leia Também: FMI diz que o acordo de 2018 com a Argentina não cumpriu as metas

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