FMI diz que o acordo de 2018 com a Argentina não cumpriu as metas

O FMI concluiu que o acordo de ajuda financeira assinado em 2018 com a Argentina "não cumpriu" os objetivos de restaurar a confiança do mercado, reduzir os desequilíbrios externos e fiscais, baixar a inflação e proteger os mais vulneráveis.

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Lusa
23/12/2021 06:45 ‧ 23/12/2021 por Lusa

Economia

FMI

A agência com sede em Washington divulgou o relatório de Avaliação Ex Post (EPE) do acordo de stand-by assinado com o então governo do conservador Mauricio Macri (2015-2019).

O acordo estabeleceu empréstimos ao país sul-americano até 56,3 mil milhões de dólares, dos quais 44,2 mil milhões de dólares foram finalmente desembolsados.

A dívida ascende atualmente a 42,845 mil milhões de dólares, após a aplicação de variações de juros e taxas de câmbio, sem ter em conta o pagamento de capital de cerca de 1,9 mil milhões de dólares efetuado na quarta-feira.

O relatório "conclui que o programa não atingiu os seus objetivos, apesar das importantes mudanças nas políticas económicas", disse o FMI numa declaração.

Em particular, afirmou, não conseguiu "restaurar a confiança na sustentabilidade fiscal e externa, ao mesmo tempo que fomentava o crescimento económico".

O FMI disse ainda que apesar das intervenções cambiais para além das disposições do programa, "a taxa de câmbio continuou a depreciar-se, aumentando a inflação e o valor do peso da dívida pública, e enfraquecendo os rendimentos reais, especialmente dos pobres".

Os diretores executivos do FMI lamentaram, na sua avaliação, que o programa "não tenha cumprido os seus objetivos de restaurar a confiança do mercado, reduzir os desequilíbrios externos e fiscais, reduzir a inflação, e proteger os segmentos mais vulneráveis da população".

Consideraram que "a estratégia e condicionalidade do programa não eram suficientemente robustas para abordar os problemas estruturais profundamente enraizados da Argentina", incluindo finanças públicas frágeis e inflação elevada, entre outros.

Por seu lado, o governo da Argentina pediu uma investigação mais aprofundada sobre o "fracasso" do SBA.

"É necessária mais autocrítica, mas o FMI reconheceu que, em primeiro lugar, o dinheiro foi utilizado para pagar dívidas a credores privados insustentáveis - foi basicamente um 'salvamento' aos credores - e também para financiar a formação de ativos externos", disse o ministro da economia argentino, Martín Guzmán.

Leia Também: FMI alivia dívida até 2022 e inclui Moçambique, São Tomé e Guiné-Bissau

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