Al Moez Hasrat, membro das Forças da Liberdade e Mudança, a aliança que integrou as instituições de transição do Sudão até ao golpe de estado, disse à agência espanhola Efe que as autoridades que investigam os crimes contra o Estado prenderam na última madrugada vários dos prisioneiros que tinham sido libertados.
Segundo Moez Hasrat, entre os detidos está o antigo membro do Conselho Soberano (o órgão máximo do poder no processo de transição) Mohamed al-Faki, o ministro da Indústria do Governo deposto, Ibrahim al-Shaykh, e o antigo membro do Comité para o Desmantelamento do Regime do antigo ditador Omar al-Bashir, Waydi Saleh.
Também voltaram a ser detidos um porta-voz das Forças da Liberdade e Mudança, Yafar Hassan, um líder da Associação dos Profissionais do Sudão, organização que liderou manifestações e greves contra o golpe de Estado, e outras 17 pessoas.
Moez Hasrat explicou que os advogados dos detidos foram informados que estes tinham sido presos por denúncias relacionadas com o incitamento das forças de segurança a não desempenharem as suas funções e de tentar gerar descontentamento entre as forças regulares.
A libertação dos presos políticos detidos desde o golpe de Estado foi um dos compromissos assumidos no pacto alcançado em 21 de novembro entre os militares e o primeiro-ministro deposto, Abdullah Hamdok, para que este voltasse a liderar um Governo civil.
Além disso, tinha sido uma das principais exigências da comunidade internacional, cuja pressão levou o comandante-chefe do exército e considerado o líder do golpe, Al-Burhan, a fazer um pacto com Hamdok.
O acordo, contudo, foi rejeitado pelas Forças da Liberdade e Mudança, uma aliança de partidos políticos, associações e grupos civis que partilharam o Governo sudanês com os militares durante o processo de transição em nome da sociedade civil, considerando-o uma traição por parte de Hamdok.
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