ONU condena ataque após rejeição de candidatura de filho de Kadhafi

A ONU condenou hoje um ataque contra o tribunal de Sabha (sul), que negou a Seif al-Islam Kadhafi, filho do antigo líder líbio Muammar Kadhafi, um recurso à rejeição da sua candidatura às presidenciais de 24 de dezembro.

Adiada audição de filho do ex-Presidente líbio Kadhafi

© Reuters

Lusa
26/11/2021 17:26 ‧ 26/11/2021 por Lusa

Mundo

Líbia

Quinta-feira, homens armados não identificados invadiram o tribunal de primeira instância em Sebha, um dos três centros de análise de recursos -- os restantes dois são em Tripoli (oeste) e Bengazi (leste) -- obrigando-o a retirar os funcionários e a encerrar as portas.

O ataque ocorreu quando os advogados de Seif Kadhafi se preparavam para apresentar um recurso à rejeição da candidatura presidencial do filho do antigo líder líbio.

Hoje, num comunicado, a Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (MANUL) manifestou-se "alarmada" com o "ataque", condenou "qualquer forma de violência ligada às eleições" e reiterou o apelo à "proteção do processo eleitoral".

"Os ataques a instalações judiciais ou eleitorais não são apenas atos criminosos, puníveis pela lei líbia, mas também minam o direito de os líbios participarem no processo político", lê-se no comunicado da MANUL.

O governo provisório da Líbia condenou, ainda quinta-feira, o ato "odioso" e anunciou a abertura de uma investigação. 

A Alta Comissão Eleitoral (HNEC) anunciou nesta quarta-feira a exclusão de 25 dos 98 candidatos por não cumprimento do disposto na lei eleitoral, entre eles Seif Kadhafi, 49, procurado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por "crimes contra a humanidade". 

Capturado no final de 2011 por um grupo armado líbio em Zenten (noroeste), Seif Kadhafi foi condenado à morte em 2015, após um julgamento apressado, antes de receber uma amnistia. 

Desaparecido da vida pública, o filho do antigo líder líbio apresentou sua candidatura em meados deste mês, contando com o apoio dos nostálgicos do antigo regime, dececionados com uma transição política sem fim num cenário de caos.

Culminar de um laborioso processo patrocinado pela ONU, a eleição presidencial de 24 de dezembro e as legislativas marcadas para um mês depois visam virar uma página na década de conflitos e de lutas fratricidas desde a queda do regime de Khadafi, morto em 2011, durante uma revolta popular apoiada por uma polémica intervenção militar internacional. 

Entre os candidatos presidenciais mais proeminentes estão o chefe do governo interino, Abdelhamid Dbeibah, o marechal Khalifa Haftar, que controla "de facto" o leste e partes do sul da Líbia, bem como o influente ex-ministro do Interior, Fathi Bachagha. 

Leia Também: Líbia: Rejeitada candidatura presidencial de filho do ex-ditador Kadhafi

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