"Não vamos descer ao nível que a Argentina atingiu e não vamos cobrar nada", disse Machado em entrevista com correspondentes estrangeiros.
O ministro brasileiro admitiu que a cobrança do imposto passou a ser pensada pelo Brasil em reciprocidade a uma cobrança estabelecida pela Argentina, mas a ideia foi descartada para deixar claro que o Brasil defende o livre fluxo, principalmente entre os países do Mercosul (bloco económico formado pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai).
"Ao contrário da Argentina, [o Presidente brasileiro, Jair] Bolsonaro decidiu que não restringirá nenhum direito de mobilidade dos cidadãos. É uma pena que a Argentina aplique uma taxa para viagens", afirmou Machado.
"Chegamos a pensar na reciprocidade, mas, como um gesto democrático, desistimos de taxar o cidadão sobre as despesas do cartão de crédito que se deslocam a outro país, principalmente se ele for vizinho e integrante do Mercosul, no qual o fluxo é garantido", acrescentou.
Em setembro, Gilson Machado ameaçou aplicar a mesma taxa aos brasileiros que visitam o país vizinho e pediu à Argentina que eliminasse o imposto sobre a entrada de argentinos no Brasil.
"Também estamos estudando cobrar dos brasileiros que vão para a Argentina esses 30%. Quem vai se beneficiar vai ser Chile, Paraguai, Uruguai. Para que [o Governo argentino] reveja essas posturas de cobrar 30% das despesas do cartão de crédito de um cidadão argentino que viaja ao Brasil", alegou na ocasião.
Por meio da chamada taxa Pais, imposto para uma Argentina inclusiva e solidária, desde 2019 que o Governo argentino cobra 30% sobre as operações em moeda estrangeira em cartões de crédito usados por argentinos, o que atinge principalmente as pessoas que viajam para o exterior.
Leia Também: Bolsonaro diz que encontro de Macron com Lula foi "uma provocação"