"Continuaremos a manter contactos com as concessionárias para juntos avaliarmos os momentos certos para a retoma das atividades da Área 1, tendo como preocupação primária a proteção de vidas humanas nas comunidades e nos investimentos", referiu, mas sem compromissos em relação a datas.
De acordo com o chefe de Estado, o regresso da petrolífera francesa Totalenergies aos estaleiros de Afungi é um dado adquirido e trata-se de uma questão de tempo, um regresso do investimento, fruto da ofensiva militar com apoio estrangeiro que desde julho tem eliminado a ameaça rebelde em Cabo Delgado.
Nyusi discursava na Coreia do Sul durante a cerimónia de lançamento ao mar, rumo a Moçambique, da plataforma flutuante Coral Sul, a primeira a explorar as reservas em alto mar, no norte do país, classificadas entre as maiores descobertas de gás do mundo.
A plataforma é um projeto liderado pela petrolífera Eni e pertence à Área 4, uma concessão diferente da que está a investir em terra.
Se o investimento no distrito de Palma tem sofrido com a insurgência, no projeto Coral Sul, a cerca de 50 quilómetros em mar alto, a insegurança "não tem tido qualquer impacto material", referiu hoje a Eni, numa nota enviada à Lusa.
Seja como for, a insegurança prejudica sempre o clima geral de investimento, reconheceu hoje Nyusi.
Perante a plateia nos estaleiros de Geoje, Coreia do Sul, e face a todos os parceiros da Área 4, o chefe de Estado prometeu "tudo fazer para remover o último obstáculo, até restaurarmos completamente a segurança e tranquilidade", numa alusão à insurgência armada em Cabo Delgado.
Dizendo estar ciente de que a paz e segurança" são fundamentais para que haja investimento, referiu que "há avanços assinaláveis nas ações contra o terrorismo na província".
A crescente segurança "encoraja os investidores da Área 1, liderados pela Totalenergies a equacionarem a retoma dos investimentos, interrompidos devido a preocupações de segurança".
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.
Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.
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