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Retoma dos projetos de gás em terra aguardam pelos "momentos certos"

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse hoje na Coreia do Sul que estão a ser estudados "os momentos certos" para a retoma dos trabalhos do projeto de gás natural em Palma, Cabo Delgado, suspenso em março por causa de ataques armados.

Retoma dos projetos de gás em terra aguardam pelos "momentos certos"
Notícias ao Minuto

10:10 - 15/11/21 por Lusa

Mundo Moçambique

"Continuaremos a manter contactos com as concessionárias para juntos avaliarmos os momentos certos para a retoma das atividades da Área 1, tendo como preocupação primária a proteção de vidas humanas nas comunidades e nos investimentos", referiu, mas sem compromissos em relação a datas.

De acordo com o chefe de Estado, o regresso da petrolífera francesa Totalenergies aos estaleiros de Afungi é um dado adquirido e trata-se de uma questão de tempo, um regresso do investimento, fruto da ofensiva militar com apoio estrangeiro que desde julho tem eliminado a ameaça rebelde em Cabo Delgado.

Nyusi discursava na Coreia do Sul durante a cerimónia de lançamento ao mar, rumo a Moçambique, da plataforma flutuante Coral Sul, a primeira a explorar as reservas em alto mar, no norte do país, classificadas entre as maiores descobertas de gás do mundo.

A plataforma é um projeto liderado pela petrolífera Eni e pertence à Área 4, uma concessão diferente da que está a investir em terra.

Se o investimento no distrito de Palma tem sofrido com a insurgência, no projeto Coral Sul, a cerca de 50 quilómetros em mar alto, a insegurança "não tem tido qualquer impacto material", referiu hoje a Eni, numa nota enviada à Lusa.

Seja como for, a insegurança prejudica sempre o clima geral de investimento, reconheceu hoje Nyusi.

Perante a plateia nos estaleiros de Geoje, Coreia do Sul, e face a todos os parceiros da Área 4, o chefe de Estado prometeu "tudo fazer para remover o último obstáculo, até restaurarmos completamente a segurança e tranquilidade", numa alusão à insurgência armada em Cabo Delgado.

Dizendo estar ciente de que a paz e segurança" são fundamentais para que haja investimento, referiu que "há avanços assinaláveis nas ações contra o terrorismo na província".

A crescente segurança "encoraja os investidores da Área 1, liderados pela Totalenergies a equacionarem a retoma dos investimentos, interrompidos devido a preocupações de segurança".

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.

Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.

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