Sudão: Guterres apela à unidade no Conselho de Segurança contra golpe

O secretário-geral das Nações Unidas apelou hoje à unidade no Conselho de Segurança, que vai analisar o golpe militar no Sudão, para "uma dissuasão eficaz desta epidemia de golpes" a que o mundo assiste na Ásia e em África.

secretário-geral das Nações Unidas António Guterres

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Lusa
26/10/2021 16:26 ‧ 26/10/2021 por Lusa

Mundo

Sudão

 

António Guterres lamentou, numa conferência de imprensa, o aumento de golpes de Estado e a "impunidade total" dada aos autores militares, que impedem "o Conselho de Segurança de tomar medidas fortes".

O secretário-geral das Nações Unidas reiterou que, no que se refere ao golpe militar no Sudão, o primeiro-ministro e outros funcionários "ilegalmente detidos devem ser libertados imediatamente".

A pandemia de covid-19 e as dificuldades económicas e sociais também contribuem para que "os líderes militares considerem que têm total impunidade, que podem fazer o que querem porque nada lhes vai acontecer", explicou Guterres.  

"Vimos que não existe tal dissuasão", quer "na Birmânia ou em vários países africanos", acrescentou, referindo-se implicitamente à Guiné e ao Mali.

O Conselho de Segurança da ONU com 15 membros deverá realizar uma reunião de emergência à porta fechada sobre o Sudão, a pedido do Reino Unido, Irlanda, Noruega, Estados Unidos da América, Estónia e França. México, Quénia, Níger, Tunísia e São Vicente e Granadinas, membros não permanentes do Conselho, apoiaram a convocatória para a reunião.

Segundo os diplomatas, a adoção de uma declaração está em negociação desde segunda-feira, mas não é certo que a Rússia e a China, em particular, a venham a subscrever. 

António Guterres já tinha apelado, na segunda-feira, através da plataforma social Twitter, para a "libertação imediata do primeiro-ministro Abdallah Hamdok". 

"É preciso garantir o total respeito pela carta constitucional para que a transição política, duramente conquistada, seja protegida", afirmou António Guterres.

A carta constitucional foi assinada em agosto de 2019 pelos militares e civis sudaneses, em que se comprometem a partilhar o poder no seio de um Conselho Soberano durante o período de transição, iniciado com a queda do ditador Omar al-Bashir, em abril do mesmo ano. 

O presidente do Conselho Soberano sudanês, o mais alto órgão de poder no processo de transição do Sudão, general Abdel-Fattah al-Burhan, dissolveu na segunda-feira o Governo e o próprio conselho, horas depois de os militares prenderem o primeiro-ministro.

Al-Burhan leu uma declaração na televisão estatal sudanesa, na qual anunciou a instauração de um estado de emergência em todo o país entre um conjunto de nove pontos, que incluíram a dissolução do Governo e do Conselho Soberano, assim como a suspensão de vários artigos do documento constitucional que lançou as bases para a transição após o derrube de Omar al-Bashir em abril de 2019.

O general Al-Burhan declarou hoje, numa conferência de imprensa em Cartum, que o primeiro-ministro deposto está em sua casa, que "ninguém o raptou ou agrediu", e "quando a situação se acalmar e a paz prevalecer, ele voltará para casa".

Leia Também: Sudão. Três embaixadores na Europa renunciaram aos cargos

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