Líbano. Pelo menos um morto e oito feridos em manifestação em Beirute
Uma manifestação contra o juiz que decidiu, na terça-feira, suspender a investigação à explosão no porto de Beirute, no Líbano, resultou hoje em violência armada, causando pelo menos um morto e oito feridos.
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Mundo Líbano
A capital do Líbano tornou-se rapidamente num caos de ambulâncias e sirenes, depois de terem sido disparados tiros durante a manifestação, que se realizava frente ao Palácio da Justiça.
O protesto foi convocado pelo movimento xiita libanês Hezbollah, que, na quarta-feira, acusou os Estados Unidos de interferir na investigação sobre a explosão do ano passado no porto de Beirute, com o objetivo de o envolver e aos seus aliados.
A explosão, que aconteceu a 04 de agosto de 2020 foi causada pelo armazenamento sem segurança de uma enorme quantidade de nitrato de amónio e provocou 214 mortos, mais de 6.500 feridos e destruiu vários bairros de Beirute.
Apesar de ainda não haver certezas sobre como começou o tiroteio, um jornalista da agência de notícias Associated Press afirmou ter visto um homem começar a disparar uma pistola no meio do protesto, enquanto uma outra testemunha ocular referiu ter visto pessoas a disparar na direção dos manifestantes a partir da varanda de um prédio.
A vítima foi morta com um tiro na cabeça e três dos oito feridos estão em estado crítico, segundo fonte hospitalar.
O primeiro-ministro, Najib Mikati, já pediu calma à população e, em comunicado, apelou às pessoas para que não se deixem "arrastar para conflitos civis".
O protesto foi convocado para exigir o afastamento do juiz Tarek Bitar, o segundo magistrado a liderar a investigação à explosão no porto de Beirute e que tem enfrentado uma oposição muito forte por parte do Hezbollah e dos seus aliados, que o acusam de sujeitar a interrogatórios a maioria dos políticos aliados do Hezbollah.
Nenhum dos dirigentes do Hezbollah foi acusado até agora numa investigação que já dura há 14 meses.
O confronto armado de hoje pode abalar o Governo do país, que iniciou funções há apenas um mês e que ainda nem começou a enfrentar a crise económica sem precedentes que o Líbano vive.
Uma reunião do executivo foi cancelada na quarta-feira depois de o Hezbollah ter exigido uma ação governamental urgente contra o juiz e um dos ministros apoiados pelo movimento xiita ter ameaçado fazer, em conjunto com outros membros do Governo, uma greve caso Bitar não fosse afastado.
A exigência foi hoje recusada por um tribunal, pelo que o juiz poderá retomar a investigação, segundo avançou a agência de notícias francesa AFP citando fonte judicial.
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