Civis manifestam-se em Cartum em luta por transição democrática sudanesa

Milhares de sudaneses manifestaram-se hoje em Cartum, capital do Sudão, para exigirem um governo de transição exclusivamente civil, acusando os militares no poder de não cumprirem uma transição democrática.

Cartum

© Getty Images

Lusa
30/09/2021 17:47 ‧ 30/09/2021 por Lusa

Mundo

Sudão

O Sudão está sob um governo interino civil-militar desde agosto de 2019.

Os militares depuseram o autocrata Omar al-Bashir em abril desse ano, após quatro meses de protestos em massa contra o seu governo. 

Meses após o derrube de Al-Bashir, os generais no poder concordaram em coligar-se com civis que representavam o movimento de protesto.

"O objetivo destas marchas é proteger a transição democrática do Sudão e não há forma de o conseguir sem pôr fim a qualquer parceria com o conselho militar", declarou um elemento da Associação dos Profissionais Sudaneses (SPA), citado pela agência Associated Press (AP).

A SPA liderou a revolta nacional que se iniciou em dezembro de 2018 e culminou com a expulsão de Al-Bashir.

Os manifestantes agitaram a bandeira sudanesa e entoaram 'slogans' pró-democracia. Acusam os militares de atrasar a transferência de poder para civis.

Os ativistas partilharam vídeos que mostram os manifestantes a chegar à capital. As filmagens mostram vagões de comboios cheios de passageiros a abanar bandeiras sudanesas das janelas e a fazer sinais de vitória.

As autoridades interinas do Sudão afirmaram na semana passada, à agência AP, que foram prejudicados numa tentativa de golpe. Este incidente aumentou as tensões entre militares e civis no governo de transição. 

Os cidadãos declaram que estes acontecimentos fragilizam o caminho para a democracia. 

O primeiro-ministro, Abdalla Hamdok, o maior representante civil do governo, culpou membros do antigo governo de Al-Bashir pela tentativa de golpe.

Para Abdalla Hamdok, foi "um esforço para minar a transição democrática do Sudão".

O governo interino tem estado sob pressão crescente para pôr fim às guerras com grupos rebeldes. Em simultâneo procura reabilitar a economia do país, atrair ajuda externa e garantir a democracia que prometeu.

Esperava-se que os manifestantes marchassem até ao Palácio Republicano, a sede do Conselho Soberano no poder, que é a coligação entre militares e civis.

O conselho foi criado por um acordo de partilha do poder assinado em agosto de 2019 pelos militares e ativistas pró-democracia. É composto por cinco membros militares e seis civis e é chefiado pelo general Abdel-Fattah Burhan.

Leia Também: Aeroporto encerrado junta-se a protestos sudaneses contra acordo de paz

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