Civis manifestam-se em Cartum em luta por transição democrática sudanesa
Milhares de sudaneses manifestaram-se hoje em Cartum, capital do Sudão, para exigirem um governo de transição exclusivamente civil, acusando os militares no poder de não cumprirem uma transição democrática.
© Getty Images
Mundo Sudão
O Sudão está sob um governo interino civil-militar desde agosto de 2019.
Os militares depuseram o autocrata Omar al-Bashir em abril desse ano, após quatro meses de protestos em massa contra o seu governo.
Meses após o derrube de Al-Bashir, os generais no poder concordaram em coligar-se com civis que representavam o movimento de protesto.
"O objetivo destas marchas é proteger a transição democrática do Sudão e não há forma de o conseguir sem pôr fim a qualquer parceria com o conselho militar", declarou um elemento da Associação dos Profissionais Sudaneses (SPA), citado pela agência Associated Press (AP).
A SPA liderou a revolta nacional que se iniciou em dezembro de 2018 e culminou com a expulsão de Al-Bashir.
Os manifestantes agitaram a bandeira sudanesa e entoaram 'slogans' pró-democracia. Acusam os militares de atrasar a transferência de poder para civis.
Os ativistas partilharam vídeos que mostram os manifestantes a chegar à capital. As filmagens mostram vagões de comboios cheios de passageiros a abanar bandeiras sudanesas das janelas e a fazer sinais de vitória.
As autoridades interinas do Sudão afirmaram na semana passada, à agência AP, que foram prejudicados numa tentativa de golpe. Este incidente aumentou as tensões entre militares e civis no governo de transição.
Os cidadãos declaram que estes acontecimentos fragilizam o caminho para a democracia.
O primeiro-ministro, Abdalla Hamdok, o maior representante civil do governo, culpou membros do antigo governo de Al-Bashir pela tentativa de golpe.
Para Abdalla Hamdok, foi "um esforço para minar a transição democrática do Sudão".
O governo interino tem estado sob pressão crescente para pôr fim às guerras com grupos rebeldes. Em simultâneo procura reabilitar a economia do país, atrair ajuda externa e garantir a democracia que prometeu.
Esperava-se que os manifestantes marchassem até ao Palácio Republicano, a sede do Conselho Soberano no poder, que é a coligação entre militares e civis.
O conselho foi criado por um acordo de partilha do poder assinado em agosto de 2019 pelos militares e ativistas pró-democracia. É composto por cinco membros militares e seis civis e é chefiado pelo general Abdel-Fattah Burhan.
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