O aeroporto de Porto Sudão foi encerrado em resposta à lentidão do Governo central em encontrar soluções urgentes e imediatas para o problema do leste do Sudão", disse Abdullah Oshir, porta-voz do Conselho Supremo de Nazarat al Beja e dos Municípios Independentes, num comunicado.
Com esta ação de protesto, acrescentou, o estado do Mar Vermelho "foi isolado por terra, mar e ar após o encerramento de estradas e portos marítimos".
Os protestos deste conselho tribal começaram na sexta-feira da semana passada com o encerramento do porto de Porto Sudão, o mais importante do país, e de várias estradas, incluindo a que liga esta cidade a Cartum, capital do país, e não pararam mesmo depois de a tentativa de golpe de Estado ter sido frustrada pelas autoridades do país na terça-feira.
Os seus promotores exigem a anulação de parte do acordo de paz assinado entre o Governo e os principais movimentos rebeldes armados sudaneses, em outubro do ano passado, que afeta o leste do país.
Também se queixam da marginalização das regiões orientais do país e exigem o cancelamento dessa parte do acordo, a fim de estabelecer um congresso nacional específico para tratar de questões nessa área e aprovar projetos de desenvolvimento regional.
Esta não é a primeira vez que os opositores do acordo de paz encerram estradas e portos.
Na terça-feira, horas depois de uma tentativa falhada de golpe de Estado ter sido frustrada pelas autoridades do país, o primeiro-ministro, Abdallah Hamdok, culpou as "tentativas de bloqueio de estradas e portos" por estarem a criar uma atmosfera propícia a uma revolta.
Hamdok atribuiu a insurreição falhada aos "restos" do antigo regime do ditador Omar al-Bashir, que foi derrubado em 2019.
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