Fogos em Espanha queimam áreas protegidas e habitats de espécies ameaçadas

Os incêndios no noroeste e oeste de Espanha estão a afetar áreas protegidas da Rede Natura 2000 onde habitam espécies animais da Península Ibérica ameaçadas, alertou hoje a organização ambientalista SEO/Birdlife.

Fire in Ourense (Galicia), Spain

© Lusa

Margarida Pinto
18/08/2025 19:26 ‧ há 1 hora por Margarida Pinto

Mundo

Incêndios

Num comunicado, a organização não-governamental (ONG) alertou que os fogos na Galiza, Castela e Leão, Extremadura e Astúrias estão a queimar habitats de espécies ameaçadas como o urso ou o tetraz, assim como áreas protegidas onde vivem animais como a águia real e imperial ou o abutre-preto, entre outras.

 

A SEO/Birdlife considerou de "especial preocupação" o avanço das chamas em zonas como o Parque Nacional dos Picos da Europa e os parques naturais de Ponga, Somiedo, Redes, Ubiñas-La Mesa e Las Fuentes del Narcea, Degaña e Ibias devido ao "valor ecológico e ambiental".

São todas zonas protegidas e incluídas na Rede Natura 2000, declaradas áreas especiais de proteção e conservação, realçou a ONG, que apela à definição e implementação de uma estratégia de recuperação após a extinção dos fogos que passe por "critérios claros de conectividade ecológica", assim como "florestas autóctones".

A SEO/Birdlife vincou que são espaços "importantes por conterem um número significativo de espécies de flora e fauna" ou serem "locais insubstituíveis", pelo que "devem ser preservados".

Os incêndios em Espanha este ano queimaram já 343 mil hectares, superando o recorde de 306 mil hectares registado em 2022 no país, indicam hoje dados, ainda provisórios, do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).

A Proteção Civil espanhola disse hoje estarem ativos, ao final da manhã, 23 incêndios com uma "situação operacional de maior gravidade" nas três regiões mais afetadas: Galiza, Castela e Leão e Extremadura, todas na fronteira com Portugal.

Os incêndios mobilizam milhares de bombeiros, dezenas de meios aéreos e cerca de 3.400 militares, segundo as autoridades.

Por outro lado, sete países da União Europeia (UE) enviaram ou estão a enviar meios de combate a incêndios para Espanha, no maior contingente de apoio internacional jamais recebido pelo país, disse hoje a diretora da Proteção Civil espanhola, Virginia Barcones.

Espanha ativou em 11 de agosto o Mecanismo de Proteção Civil da UE por causa dos fogos e já recebeu ajuda de França e Itália na semana passada, que enviaram dois aviões Canadair cada.

Por outro lado, conta receber ao longo do dia de hoje e de terça-feira mais meios aéreos e equipas de bombeiros de França, Alemanha, Países Baixos, Finlândia, Eslováquia e República Checa, avançou Virginia Barcones, numa conferência de imprensa em Madrid.

Os incêndios têm coincidido com uma onda de calor de 16 dias em Espanha, que os serviços meteorológicos do país apontaram que deverá terminar hoje.

A ministra da Defesa, Margarita Robles, admitiu hoje de manhã que só uma descida de temperaturas poderá levar ao controlo dos fogos.

Quatro pessoas morreram nos incêndios em Espanha este verão e milhares permanecem temporariamente desalojadas, por terem sido retiradas de casa, de forma preventiva.

Desde 12 de agosto, foram retiradas de casas mais de 31.000 pessoas, segundo dados de hoje da Polícia Nacional e da Guarda Civil.

As autoridades apelaram ainda às pessoas que estão a fazer os populares Caminhos de Santiago para suspenderem os percursos, em especial os trajetos que passam pela região de Castela e Leão.

Perto de 20 estradas, todas secundárias, estão cortadas no norte e noroeste do país, assim como todas as ligações de comboio de alta velocidade entre Madrid e a região da Galiza.

Leia Também: 343 mil hectares ardidos em Espanha, um recorde anual no país

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