"O meu governo, bem como vários outros anteriormente, trabalharam intensamente no caso de Dawit. O nosso trabalho não teve até agora o resultado que queríamos, mas nunca desistiremos", disse o primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, numa mensagem publicada nas redes sociais.
"Dawit Isaak é um cidadão sueco e o nosso objetivo muito claro é a sua libertação. Ele deve reunir-se com a sua família na Suécia", defendeu.
Ao mesmo tempo, a organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) renovou o seu apelo à justiça sueca para que investigue os crimes contra a Humanidade neste caso, ao abrigo de uma lei aprovada em 2014 que permite que tais crimes cometidos no estrangeiro sejam levados aos tribunais suecos.
A secção sueca dos RSF já tinha apresentado uma queixa em outubro de 2020, na Suécia, contra funcionários eritreus, incluindo o Presidente, Isaias Afewerki, mas a procuradoria sueca tinha-se recusado a abrir uma investigação, julgando as hipóteses de sucesso demasiado baixas.
"A RSF apela ao Ministério Público para que assuma as suas responsabilidades internacionais e abra uma investigação preliminar por crimes contra a humanidade no caso de Dawit Isaak", disse hoje o grupo, através de uma declaração.
Dawit Isaak foi preso a 23 de setembro de 2001 após publicar artigos no jornal que tinha fundado na Eritreia a apelar a reformas no seu país.
Tinha fugido para a Suécia em 1987, na altura da guerra com a Etiópia que levou à independência da Eritreia em 1993, para onde regressou em 2001.
A Eritreia encabeça a lista dos países com as atitudes mais repressivas em relação à imprensa e aos jornalistas, à frente da Coreia do Norte e do Turquemenistão.
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