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Terceiro classificado acusa os maiores partidos de São Tomé de "tramoia"

O presidente da Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe e ex-candidato presidencial, Delfim Neves, acusou hoje os dois maiores partidos são-tomenses, MLSTP e ADI (poder e oposição) de concertarem uma "tramoia" para o prejudicar nas eleições presidenciais de julho.

Terceiro classificado acusa os maiores partidos de São Tomé de "tramoia"
Notícias ao Minuto

09:14 - 18/09/21 por Lusa

Mundo São Tomé

"Eu quero aqui dizer de forma clara aquilo que aconteceu com o candidato apoiado pelo PCD. Claro que foi uma tramoia montada contra o candidato para que o PCD não ascendesse. É preciso que os militantes do PCD, os amigos do PCD, e também do Delfim Neves compreendam isto e façam uma análise disto", comentou, em entrevista à Lusa em Lisboa.

Na sua análise, "o ataque não foi apenas porque não querem que o Presidente da República seja o Delfim Neves", mas também para evitar "capitalizar a vitória do Delfim Neves a favor do PCD" (Partido da Convergência Democrática, a que pertence e que apoiou a sua candidatura presidencial).

O antigo candidato, que conquistou quase 15 mil votos na primeira volta das presidenciais, ficando em terceiro lugar, aponta o dedo ao Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD, no poder) e à Ação Democrática Independente (ADI, oposição), os dois maiores partidos são-tomenses e vistos como protagonistas de uma polarização política no país.

"Por isso é que os dois blocos se entenderam. É bem claro e não tenho a menor dúvida que houve um entendimento político entre MLSTP e ADI nessas eleições presidenciais e os resultados estão claros", comentou.

Entre os dois partidos "existia uma conversa".

"Agora, até que ponto a conversa vai transformar-se num acordo político para o futuro, eu tenho algumas dúvidas", comentou.

"A posição foi muit dúbia, confusa, ninguém chegou a entender o que se pretendia ou se pretende hoje, depois desta eleição", referiu.

MLSTP e PCD integram, desde as eleições legislativas de 2018, a chamada 'nova maioria', juntamente com a coligação UDD/MDFM, que suporta o Governo liderado por Jorge Bom Jesus.

Após a primeira volta das presidenciais, em julho, Delfim Neves, que ficou em terceiro lugar, denunciou o desaparecimento de 4.500 votos e falou de "fraude maciça".

Os resultados provisórios atribuíram a Delfim Neves 13.691 votos (16,8%), valor que subiria depois para 14.941 votos (18,3%) no apuramento definitivo.

Carlos Vila Nova, apoiado pela ADI, venceu a primeira volta, com 32.022 votos (39,47%) no primeiro apuramento, mas o Tribunal Constitucional acabaria por validar um total de 35.342 votos (43,3%).

Já Guilherme Posser da Costa (apoiado pelo MLSTP na primeira volta), teve um resultado final de 16.905 (20,7%), mais 76 votos que os apurados inicialmente.

Delfim Neves pediu uma recontagem dos votos da primeira volta, e o Tribunal Constitucional produziu dois acórdãos contraditórios, ficando num impasse que se prolongou por duas semanas, o que fez atrasar o processo eleitoral. No final, o TC decidiu não dar provimento à queixa do terceiro classificado.

Vila Nova foi eleito, na segunda volta, realizada a 05 de setembro, com 57,6 % dos votos, correspondentes a 45.534 votos, enquanto Posser da Costa obteve 42,4% dos votos, correspondentes a 33.585 votos.

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