"O jovem que apresentou uma queixa no domingo, alegando ter sido vítima de uma agressão na zona de Malasaña, em Madrid, decidiu retificar a sua declaração inicial e disse que os ferimentos que alegadamente sofreu foram consensuais", adiantaram fontes do Ministério do Interior à AFP.
O jovem de 20 anos tinha afirmado que tinha sido atacado por oito pessoas mascaradas no átrio do seu prédio no bairro da Malasaña, em Madrid, e que os seus agressores tinham proferido insultos homofóbicos, usado um canivete para lhe cortar o lábio e escrito "maricon" nas suas nádegas.
O alegado ataque provocou alvoroço entre a classe política, com os partidos de esquerda a acusarem o partido de extrema-direita Vox de encorajar ataques homofóbicos.
O primeiro-ministro, o socialista Pedro Sanchez, apressou-se a convocar uma comissão governamental sobre crimes de ódio e a expressar a sua "mais firme condenação" do ataque.
O partido de esquerda Podemos, parceiro minoritário da coligação governamental, disse na quarta-feira nas redes sociais que "o Vox mergulhou o país no ódio a um grupo que sofre ataques violentos nas ruas".
Esta alteração na versão desencadeou uma cascata de reações no Twitter.
"Os crimes de ódio contra os LGTBI aumentaram 43% na primeira metade de 2021", afirmou a Ministra da Igualdade, Irene Montero, apelando para que não se concentre "na árvore que esconde a floresta".
O realizador e ativista Javier Giner, alegando "impotência" e "raiva", escreveu no Tweet que "este idiota, sozinho, veio trazer a água ao moinho de todos os discursos ultra e de todos os agressores".
Os acontecimentos ocorreram apenas dois meses após o assassinato de um jovem homossexual no norte do país, uma suspeita de ataque homofóbico que indignou e levou a numerosos protestos em Espanha.
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