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Covid com "impacto devastador" na luta contra SIDA, tuberculose e malária

A covid-19 teve um "impacto devastador" na luta contra a SIDA, a malária e a tuberculose, que sofreu um retrocesso sem precedentes, salientou o Fundo Global, no relatório anual divulgado na quarta-feira.

Covid com "impacto devastador" na luta contra SIDA, tuberculose e malária
Notícias ao Minuto

06:36 - 08/09/21 por Lusa

Mundo covid

Pela primeira vez desde a sua criação, em 2002, o Fundo Global de Luta Contra a SIDA, Tuberculose e Malária relata recuos, como a redução significativa dos serviços de despistagem e de prevenção do Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) junto de populações fundamentais e vulneráveis e uma queda acentuada no número de pessoas testadas e tratadas contra a tuberculose, com um especial impacto nos programas de combate à tuberculose resistente à medicação.

Os números de 2020 "confirmam o que temíamos quando apareceu a covid-19", disse o diretor executivo do Fundo Global, Peter Sands, citado no relatório.

"O impacto da covid-19 tem sido devastador. Pela primeira vez na nossa história, os nossos indicadores-chave estão a retroceder", acrescentou.

O novo coronavírus tem perturbado gravemente o acesso aos sistemas de saúde, testes e tratamentos em muitos países.

A pandemia teve consequências "catastróficas" na luta contra a tuberculose. Em 2020, o número de pessoas tratadas para a tuberculose resistente aos medicamentos diminuiu 19%. Nos países onde o Fundo Global investe, cerca de 4,7 milhões de pessoas com a doença receberam tratamento, cerca de menos um milhão do que em 2019.

O impacto da covid-19 no combate ao VIH é também significativo. Enquanto o número de pessoas seropositivas que recebem tratamento antirretroviral continuou a aumentar, 9% em 2020, o relatório assinala uma quebra "alarmante" nos serviços de prevenção e testagem para pessoas chave e vulneráveis.

O número de pessoas abrangidas por programas de prevenção da SIDA diminuiu 11% em 2020. O número de tratamentos fornecidos às mães, para evitar que os seus bebés contraiam o vírus, caiu 4,5%.

Os testes à SIDA diminuíram globalmente 22%, atrasando o início do tratamento na maioria dos países.

Nos países onde o Fundo Global investe, 21,9 milhões de pessoas estavam a receber tratamento antirretroviral para o VIH em 2020, um aumento de 8,8% em relação a 2019.

Até agora, os programas contra o paludismo parecem ter sido os menos afetados pela pandemia provocada pelo SARS-CoV-2, é referido no relatório. A quantidade de redes mosquiteiras distribuídas tem continuado a aumentar, 17% em 2020.

As pessoas rastreadas por suspeita de malária diminuíram 4,3% em 2020 e os progressos na contenção da doença estagnaram, lamentou o Fundo Global, no mesmo documento.

A pandemia provocada pela covid-19 salientou a "importância crítica" dos sistemas de saúde em todo o mundo, realçou o Fundo, que considera existirem alguns vislumbres de esperança, uma vez que o novo coronavírus originou uma série de inovações que beneficiaram a luta contra a SIDA, a tuberculose e a malária.

Na Nigéria, por exemplo, a agência nacional de controlo da SIDA fez testes de despistagem ao VIH quando estas se deslocaram a centros médicos para testes à covid-19 e aumentou o número de seropositivos identificados, informou o Fundo.

O Fundo Global é uma parceria entre governos, sociedade civil, o setor privado e doentes. Metade do financiamento vai para a luta contra a SIDA e metade para a malária e a tuberculose. Desde a sua criação, em 2002, a organização afirma ter salvado 44 milhões de vidas.

A covid-19 provocou pelo menos 4.574.225 mortes em todo o mundo, entre mais de 221,13 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.816 pessoas e foram contabilizados 1.048.941 casos de infeção confirmados, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru

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