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Começou julgamento da opositora Maria Kolesnikova na Bielorrússia

O julgamento de uma das grandes figuras da contestação na Bielorrússia em 2020, Maria Kolesnikova, acusada de querer derrubar o regime autoritário do Presidente Alexandre Lukashenko, começou hoje em Minsk à porta-fechada.

Começou julgamento da opositora Maria Kolesnikova na Bielorrússia
Notícias ao Minuto

15:35 - 04/08/21 por Lusa

Mundo Bielorrússia

Kolesnikova, há dez meses na prisão, está a ser julgada juntamente com o seu advogado, Maxim Znak, segundo a agência estatal Belta.

Ambos incorrem numa pena de até 12 anos de prisão por "conspiração para tomar o poder" e de até sete anos por "instigação a ações atentatórias contra a segurança nacional".

Este julgamento ocorre depois de, nas últimas semanas, o regime de Lukashenko ter intensificado os seus esforços para punir os participantes e organizadores da contestação que reuniu, no verão e no outono passados, dezenas de milhares de pessoas nas ruas para condenar a reeleição, considerada fraudulenta, do Presidente para um sexto mandato consecutivo.

Maria Kolesnikova foi detida em setembro, depois de ter resistido a uma tentativa de expulsão do seu próprio país. Segundo a opositora bielorrussa, os serviços especiais bielorrussos (KGB) sequestraram-na e puseram-lhe um saco na cabeça para a conduzirem à fronteira ucraniana.

Ela saltou do carro por uma janela e rasgou o seu passaporte, recusando-se a abandonar o país, o que levou ao seu encarceramento.

"Vale a pena lutar pela liberdade. Não tenham medo de ser livres. Eu não lamento nada e faria o mesmo outra vez", escreveu a ativista na prisão, no ano passado, numa mensagem transmitida pelo seu advogado.

Kolesnikova e o seu co-acusado, Znak, trabalhavam para Viktor Babaryko - adversário do Presidente bielorrusso recentemente condenado a 14 anos de prisão por fraude - faziam parte de um Conselho de Coordenação com sete elementos, criado após as presidenciais contestadas de agosto de 2020, para organizar uma transição pacífica do poder.

Maria Kolesnikova foi uma das três mulheres impelidas para a liderança do movimento de contestação, com Svetlana Tikhanovskaïa, candidata às presidenciais no lugar do seu marido, preso, e Veronika Tsepkalo. As duas fugiram do país, sob a pressão das autoridades.

Milhares de manifestantes e opositores foram detidos ou forçados a exilar-se desde o outono de 2020. E Minsk é também acusada de perseguir aqueles que abandonaram o país.

No caso mais recente, o diretor de uma organização não-governamental (ONG) que ajuda opositores ao regime bielorrusso, Vitali Chychov, foi encontrado enforcado na Ucrânia, na terça-feira.

A sua organização imediatamente acusou Minsk do assassínio, ao passo que a polícia ucraniana falou de suicídio ou de homicídio disfarçado de suicídio.

A tragédia ocorreu pouco depois de um incidente nos Jogos Olímpicos de Tóquio, com a velocista bielorrussa Krystsina Tsimanouskaya, ameaçada de repatriamento forçado por ter criticado nas redes sociais a sua federação, que queria obrigá-la a correr numa categoria da competição que não era a sua. Ela disse temer ser presa quando regressasse ao país.

O regime bielorrusso é igualmente acusado de ter desviado em maio um voo comercial, com o pretexto de um alerta de bomba, para deter um jornalista dissidente que seguia a bordo, Roman Protassevitch.

Leia Também: Atleta bielorrussa perseguida pelo regime de Minsk chega hoje a Viena

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